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Domingo 23 de Abril, Salvaterra foi palco da abertura da época taurina do mais antigo e afamado Grupo do mundo, o Grupo de Santarém.

Para começar da melhor maneira, visto que a primeira corrida faz sempre pensar muito e tira o sono a muita gente, o curro que se apresentou em praça tinha uma média de quinhentos e poucos quilos, que apesar de não querer dizer nada dá sempre uma grande sensação de alívio para aqueles que na grande emoção que é a festa brava em Portugal se batem com os toiros mano-a-mano.

O primeiro da tarde tardou em sair dos curros tal era a debilidade física em que se encontrava, tendo sido lidado sem dificuldade pelo duo João Moura \ Manuel Lupi.

Para a cara do primeiro, para abrir época e praça, o escolhido foi o Peu Torres, Peu II para os amigos, que com a calma que o caracteriza (o terror por vezes deixa-nos apáticos, o que pode ser confundido com calma) e perante os assobios do público devido á manifesta mansidão do toiro que teimava em não sair das tábuas, foi obrigado a entrar nos terrenos deste, aguentando bem os dois fortes derrotes que o toiro deu muito por culpa também da boa 1ª ajuda, de David Dias da Silva, e também do restante grupo que nesta tarde esteve muito homogéneo a ajudar. Na retina fica uma pega à 1ª, valente e bastante ingrata devido à falta de colaboração do toiro.

Para o segundo da tarde, que terá sido porventura o melhor toiro da corrida, lidado pelo cavaleiro praticante Manuel Bastos (que tem uma namorada linda e de boas famílias), o forcado designado para “agarrar o toiro à unha” foi o pequeno/grande Gonçalo Veloso que não teve muito tempo para citar, momento em que ele se diferencia muito dos outros forcados fruto da escola do toureio a pé. Reuniu com alguma dureza a meia praça, com uma entrada alta da cara do toiro, mas a vontade de ficar e a boa primeira ajuda de Filipe Almeida, permitiram que a pega fosse concretizada ao primeiro intento.

O terceiro e último da tarde para o grupo, foi toureado pelo também cavaleiro praticante Manuel Lupi. O forcado eleito para pega foi o jovem Francisco Barata "Vila Chã" que, apesar do nervosismo demonstrado em pegas anteriores, esteve neste dia bastante mais calmo e sereno, fruto dos bons treinos que tem vindo a realizar esta época sendo um exemplo a seguir pela rapaziada mais nova que começa agora a dar os primeiros passos no grupo, concretizando uma pega de belo efeito, fechando-se de forma soberba, tal como as lapas fazem nas rochas (neste caso o medo também poderá ter sido o grande responsável pelo eficaz embarbelamento).

E assim se processou mais uma tarde de boas pegas que poderá servir de tónico para a realização de mais uma boa temporada por parte do nosso histórico Grupo.

A Fardamenta realizou-se em casa da Mariana e do António Dias de Almeida "Espeta" (antigo e valoroso forcado do nosso Grupo), a quem agradecemos a hospitalidade com que mais uma vez nos receberam!

O jantar realizou-se no Restaurante Miradouro em Benavente, contando com a presença do Grupo do Futuro em grande número.

O Grupo de Santarém rumo ao centenário!

Lopo José Lopo de Carvalho

O grupo nas cortesias.

O nosso cabo Pedro Figueiredo "Graciosa".

Peu Torres numa pega com determinação, com David Silva a primeira ajuda.

Gonçalo Veloso numa reunião dificil, com Filipe Almeida a primeira ajuda.

Francisco Barata bem fechado à barbela.

No final, uma fotografia de grupo já habitual.