A crónica desta corrida chega bastante atrasada, razão pela qual pedimos desculpa aos mais fanáticos fãs do GFAS, espalhados pelos 4 cantos do globo, sempre ávidos por saber as últimas novidades. No passado dia 6 Julho, pegámos pela 2ª vez nesta época na praça do Campo Pequeno. O cartel era composto, para além de João Moura pai e filho, por Enrique Ponce, e pelos Grupos de Santarém e Moita. Toiros, para a lide a cavalo, de Francisco Romão Tenório e de Conde Cabral para o Maestro. Um cartel monstro!
Foi uma corrida especial. Tal como tínhamos "prometido" no site uns dias antes, a corrida foi para nós uma forma de homenagear uma pessoa tão formidável como o Tio Luís Sepúlveda. Durante as cortesias, fez-se um minuto de silêncio, mas daqueles fortes, intensos, que parecem durar meia hora... O coração apertava a todos os que estavam fardados - e a todos os outros que o conheciam. Não posso falar por todos, mas eu, cá de cima do sector 4, fiquei com a certeza que ia ser uma noite em grande.
O primeiro toiro da corrida pesava 530 Kg e deixou-se tourear muito bem por João Moura que, na minha opinião, esteve ao melhor nível. Para a cara do toiro, o Pedro escolheu o Diogo Sepúlveda, que já anda a tomar o gosto a abrir praça no Campo Pequeno. O Diogo brindou ao Céu, como não podia deixar de ser, e mais uma vez fez parecer fácil aquilo que quase nunca o é: teve lindamente à frente do toiro, marcou bem todos os tempos e fechou-se para não mais se largar. E já lá vão 4 toiros à primeira este ano!
O toiro não complicou, veio "pelo caminho dele", nem sequer dando tempo ao 1º ajuda Xico Empis para fugir como é seu apanágio.
O nosso 2º toiro, 4º toiro da corrida (já depois da 1ª actuação do Maestro Ponce, a que se dará o merecido destaque) era mais pesado, acusando 570 kg, naquela que é, de acordo com os peritos do GFAS - Miguel Mendes de Almeida e Xico Empis - a balança mais bem calibrada da Península Ibérica. O Pedro, sem hesitações, deu o toiro ao JP, afamado Homem de borracha, que se estreava a pegar no Campo Pequeno. E o Jota teve em grande! O toiro veio de largo, mas ele consentiu-o lindamente, fechando-se à barbela cheio de vontade. A "viagem" do toiro só parou nas tábuas, com excelentes intervenções de todo o Grupo, mas especialmente da velha dupla Dufo Cínico e Sorriso Metálico (Pedro Cabral e Miguel Navalhinhas).
Foi uma pega enorme, rija e emocionante... como o Tio Luís! Havia melhor maneira de acabar esta nossa noite tão especial?
Quanto a Enrique Ponce, fez o melhor que pôde perante um lote Conde Cabral com muito pouca classe e trapio. Soube a pouco, ter ali à nossa frente aquela perfeita instituição da Tauromaquia à mão de semear, para depois não ter toiros à altura.
Por seu turno, Ponce (Icas para os amigos) confessou mais tarde ao seu apoderado que, apesar da frustração de a noite não lhe ter corrido como ambicionava, ter actuado na mesma corrida que o Grupo de Santarém era uma honra que superava tudo.
E assim foi.
Um abraço a todos,
"Jorge Andrade"
NOTA: AFICIONADO!! Ainda não tem programa para o fim-de-semana? Venha ao Marco de Canavezes, que é tão perto e bom caminho! Venha divertir-se e ver o Pedro Féria, Filipe Falcão, Pedro Soares e tantos outros ex-ajudas a darem um festival de pegas de caras como não se vê há muitos anos. Vai ser a 1ª Grande CTEFA (Corrida de Toiros de Exaltação ao Forcado Ajuda) de Marco de Canavezes!
Ah, e traga um babete, porque pode haver sopa de corno!!
|