Este ano coube-nos abrir temporada no Domingo de Páscoa na aficionada praça de São Manços. É uma data que se costuma passar com a família e o facto de virmos pegar toiros neste dia nem sempre é bem recebido em nossas casas. No entanto, haver corridas para comemorar a Ressurreição de Jesus é uma tradição bem aficionada, na qual muito gostamos de participar. Noutros tempos a temporada abria nesta data, no Campo Pequeno, com uma boa corrida de toiros, assim como acontece ainda hoje na maravilhosa Maestranza de Sevilha. A primeira corrida da temporada é sempre difícil. O medo parece ser superior a outros dias e os nervos apertam de uma forma mais forte. O primeiro toiro de uma corrida do senhor António José Teixeira que na generalidade saiu bem foi um dos mais nobres do curro. Toureado de forma correcta por Luis Rouxinol, foi dado pelo nosso cabo Pedro Graciosa ao nosso forcado da cara António Grave de Jesus. Denotando uma tranquilidade impecável, sempre difícil na 1ª corrida, o António citou com calma e alma, tendo mandado vir o toiro quando entendeu ser o momento certo. Aguentou bem a boa investida e reuniu bem para concretizar uma pega bonita e que deu confiança ao Grupo. O segundo toiro do Grupo, 3º da corrida, foi a “ovelha negra” desta tarde. Desde cedo se encostou em tábuas dificultando o labor de Ana Batista que esteve muito por cima do seu oponente. Foi escolhido para a cara Diogo Palha que denotou alguma preocupação em relação ao comportamento do toiro. No entanto, uma vez em praça, esteve sereno diante do toiro tendo conseguido mostrar-se bem e provocar a investida do mesmo. O toiro teve apenas um derrote que a boa reunião do Diogo conseguiu superar. Foi superiormente ajudado pelo Pedro Cabral, numa das suas habituais excelentes primeiras ajudas. O ultimo toiro do nosso lote, foi um toiro sério no seu trapio e comportamento em praça. Depois de bem toureado por Victor Ribeiro, foi para a cara João Cabaço que foi traído pelos nervos da primeira corrida. Sempre valente, como é seu timbre, depois de uma primeira tentativa em que o toiro veio ao sabor e não teve sorte na reunião, a segunda tentativa foi muito dura tendo o João ficado maltratado e inconsciente. Para a dobra ofereceram-se vários forcados tendo sido Pedro Seabra o encarregue da mesma. O toiro, com idade, já tinha percebido muito bem o que se passava e na primeira tentativa do Pedro tentou rematar alto e de forma feia, eliminando completamente as hipóteses de reunião. Na segunda tentativa, de uma forma muito decidida e valente, o Pedro Seabra evitou esta defesa do toiro de forma magnifica conseguindo uma reunião dura mas eficaz que permitiu a consumação da pega. Sem hipóteses de ajudar nas restantes tentativas o Grupo esteve atento e rápido a fechar a 4ª tentativa. Os nossos companheiros de cartel, do Grupo de São Manços, tiveram uma tarde muito acertada nos seus dois primeiros toiros, fechando a corrida com uma pega à 4ª tentativa após 3 extraordinárias tentativas do forcado da cara. 22-03-2005
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