No dia 14 de Agosto, voltámos a Abiúl, onde ano após ano vamos consolidando a enorme afición que lá temos, muito por culpa desse excelente forcado que foi Vasco Sepúlveda e que, presente na trincheira nesta corrida, foi ainda um dos que mais autógrafos teve de dar! No ano passado Abiúl tivemos noite dificil em Abiúl: grave lesão do Nelsón, Gonçalo Veloso desfeiteado e dobrado por um maltratado Peuzinho, enfim... uma noite daquelas que não apetecem. Este ano prevíamos todos uma coisa mais suave pois anunciavam-se toiros de Falé Filipe com os quais tinhamos triunfado no Sobral sem grandes dificuldades (vencendo o Tractor d'Ouro). Mas afinal a àgua mudou lá para os lado do Redondo e os Falés saíram a pedir contas a cavaleiros e forcados, mostrando que a emoção não está nos Kilos mas sim no trapio e no comportamento! Para o primeiro da noite, um toiro que pôs António Telles aflito, o Pedro escolheu o Diogo Sepúlveda, que está a realizar excelente temporada. Depois de bem fixado o toiro investiu com prontidão e violência, no entanto, com muita mestria, o Diogo aguentou e recuou conseguindo uma excelente reunião à barbela. Agarrado para o que desse e viesse fez a viagem e teve grande primeira ajuda do Filipe Almeida (na minha opinião a merecer volta) e de todo o Grupo que fechou com decisão uma pega a um toiro que brigou muito quando se sentiu agarrado. Esta pega venceu o prémio em disputa "Agostinho & Santos, Lda." rapidamente rebaptizado "Agostinho d'Ouro". Para o segundo, um toiro também violento e complicado, foi escolhido o jovem Manuel Roque Lopes. Há alturas em que o Cabo tem de fazer apostas para ganhar forcados e foi o que aconteceu com esta escolha. O Manuel mostrou-se calmo e cheio de vontade e foi para o toiro para o pegar. Citou com muita presença e tranquilidade, mandou (quando o toiro só tinha reacções de manso) e depois carregou, aguentou e recuou muito bem. Agarrou-se cheio de alma e não mexeu nos primeiros derrotes que o toiro deu logo após a reunião. No entanto o toiro fugiu logo ao Grupo e embora o Pedro Féria tenha sido muito lesto apenas conseguiu mandar os braços para tentar ajudar no momento em que o toiro com muita violência desferiu um derrote impossível para baixo. O Manuel caíu de cabeça e ficou inanimado. Foi uma pena que o Manuel e o Féria não mereciam. Mas, como sempre, a próxima oportunidade é que é a mais importante! Nada de vacilar! Para a dobra ofereceram-se o António Grave de Jesus e o João Pedro Seixas Luís (JP). O Pedro não escolheu e o JP pediu ao António para recolher à trincheira pois iria ele para a dobra (grande lição para os mais novos ver um veterano com estas atitudes e disposição). O Jota mostou-se muito decidido, bateu o pé ao toiro e encheu-lhe a cara numa reunião com muita vontade. Depois de bem embarbelado, foi ajudado com grande coesão e assim se concretizou a pega. Para fechar a noite, que estava para forcados a sério, foi o António Grave de Jesus. Diante de um toiro feio e complicado, o António mostrou-se confiante e sereno. Mandou e depois aguentou e recuou (!) como mandam os livros obtendo uma reunião de imensa qualidade. Depois de bem reunido recebeu uma monumental primeira ajuda do Filipe Almeida, que agora sim foi chamado a dar a merecida volta, e uma pronta ajuda do resto do Grupo, concretizando-se assim uma grande pega de caras. Na realidade, aquilo que pensámos ir ser um passeio à zona Pombalina (assim com ir de compras à Baixa) revelou-se uma tarefa para forcados de barba rija. A meu ver foi uma grande noite do GFAS em Abiúl. Fardámo-nos em casa desse belissímo forcado que foi o Jorge de Carvalho "Piscinas", que é natural de Abiúl e a quem agradecemos toda a hospitalidade. Também ali jantámos umas belas bifanas (continuamos a poupança para o jantar de babete e marisco, algures por São Martinho). Agradecemos também a presença de alguns antigos elementos (nas bancadas e no jantar). Sem eles nada disto faria sentido. Agora segue-se a Arruda e depois o prometido jantar do marisco! Diogo Palha |
