Nunca pensei, ao fim de alguns anos de vida (já lá vão 51), ter a oportunidade de fazer a crónica de uma corrida de toiros, o espectáculo que mais gosto do Mundo. Este repto foi-me lançado pelo Peusinho, a quem agradeço a atenção. Assim, no dia 13 de Agosto, lá parti para a Figueira da Foz, com o meu irmão Miguel, deixando para trás a “minha” baía de São Martinho, da qual sou grande aficionado. No entanto o “bichinho” de acompanhar o Grupo de Santarém continua a ser superior. Em boa hora fui à Figueira da, na medida em que tive a oportunidade de assistir a uma corrida daquelas ditas “que fazem aficionados”. Que o diga o casal de franceses sentados atrás de mim e que estavam verdadeiramente enchantées. Tarde esplêndida, facto pelo qual, provavelmente, tenha levado alguns aficionados a trocar a corrida pela praia. Senso assim, vimos o velhinho mas bem cuidado Coliseu Figueirense com metade do seu aforo ocupado. Tarde de êxito para todos os intervenientes do espectáculo: êxito para o ganadero Manuel Veiga; êxito para os cavaleiros Luís Rouxinol, Marco José e Rui Fernandes; e êxito para os forcados de Santarém e do Ap. Moita. De realçar ainda, as 2h20m de duração da corrida, com voltas (merecidas) e intervalo (10/15min.). Para a pega do primeiro toiro (com 470 Kg e com cara de “toiro antigo”) salta o Gonçalo Veloso. Bonito no cite, o toiro sai solto com “muita pata”, engatando-se à córnea como uma “lapa”. Apesar de bem ajudado, vai tudo contra as tábuas tendo-se rebentado as portas da trincheira que dão acesso aos curros, tendo sido a pega consumada dentro do calléjon (emoção na praça!). Para a pega do terceiro toiro (com 480 Kg) saiu o regressado Kiko Sepúlveda que executou uma pega tecnicamente perfeita, à 1ª tentativa. Pelos vistos o Kiko, lá por terras de nuestros hermanos, não se esqueceu de como se pegam toiros. Em boa hora, o nosso cabo entregou o quinto toiro (com 465 Kg) ao veterano (mas com uma preparação física de fazer inveja aos mais novos) J.P., que fez uma pega perfeita, ao 1º intento. É um regalo ver pegar tão bem. Pena que a maioria do público (pouco entendido) não valorize, mais entusiasticamente, pegas desta categoria, que até parecem fáceis. Por último, gostaria de realçar o excelente momento em que se encontra o nosso Grupo a ajudar. A jornada terminou com um jantar muito animado, com divertidos e sentidos discursos. Gostei, sobremaneira, do discurso em polaco do nosso amigo Manel Goes. Então, até à próxima, se Deus quiser!... Gonçalo Sepúlveda Figueira da Foz, 13 de Agosto de 2006. |