Alcácer do Sal - 22 de Junho de 2007 Vou falar-vos do concurso, O primeiro dos que tal, Que houve dia vinte e dois Na praça de Alcácer do Sal Corrida de toiros e fados Dizia-se “das tradições” Encontram-se aficionados E partilham-se emoções
Era já o segundo toiro Quando eu ouvi chamar Pela cara que fizeram Vi que me iam “entalar” “Mas enfim que hei de fazer” Pensei enquanto pediam Não tive outro remédio Senão fazer o que queriam Veio o primeiro da noite Núncio, bonito, a preceito Prometia muito mais Do que mostrou com efeito Bastinhas a tourear Fez o que pôde a seu jeito Vila Xã foi lá pegar Com o Nelson a ajudar E à terceira ficou feito P’ró António veio um Castro Alto de córnea…atento Quinhentos e trinta de peso Sendo o menor do evento Nos curtos é apanhado Leva ao primeiro um encosto Mas trocando de montada O quarto curto não tarda Mais dois palmos que dá gosto
Saio o Mantinhas p’rá cara É Montemor a pegar O toiro é bruto na pega E mesmo depois não sossega Demoram a “desmontar” A ajuda não foi muita P’rós lados de Montemor Mas o Mantas aguentou-se E esteve no seu melhor
O terceiro da noite é Grave Quinhentos e cinquenta de peso Bonito, emurrilhado O público está habituado Ninguém parede surpreso
João Caetano a tourear Dois compridos sem presença Nos curtos a dificultar, O segundo a demorar Sem brilho e sem diferença Vai o Diogo pegar P’ra primeiras o Pedinha Desfaz uma a começar E ao fim de mais três de azar Concretiza a pegazinha Vem depois um Brito Paes É pesadão e valente O Bastinhas toureou, No fim até se apeou Depois do par bem assente É o Tita a pegar P’lo grupo de Montemor E consegue lá ficar Sem dificuldade maior Sai o quinto dessa noite É Pégoras e não está mal Vem de comprido na mão, De largo com coração, O Telles fenomenal Depois disso complicou Das tábuas não se tirava, Até se desembolou E o António bem tentou… …o toiro era chato à brava Uma vez desembolado E pelo olhar de esguelha Para que fosse pegado Tinha de ser de cernelha Ao toiro Sombra e David Do grupo de Santarém Quem diria que apesar Dele não encabestar Se sairiam tão bem
O sexto para acabar Do ganadero da terra Vem p’ró João tourear Mas não sem alguma guerra
Crava-lhe bem o primeiro O segundo um pouco tardo Depois no primeiro curto Deixa-se ser apanhado
Nos curtos não esteve mal Crava mais três, vai trocar E com a nova montada Mete um palmo a rematar
É toiro p’ra Montemor E o grupo não está bem Mas o Cortes quis ficar Sem ajuda de ninguém
Não conseguiu à primeira É pena, estaria bem Mas à segunda tentativa A pega é bonita também Em terras do Sado assim foi Pelo menos o que eu vi Como não percebo um boi Desculpem-me se menti
Ao grupo de Santarém Quero deixar um beijão Porque mesmo menos bem São o grupo do coração Voltem sempre, foi um prazer Rita Calejo Pires |