A redacção do site do Grupo de Santarém penitencia-se por este não estar actualizado há 3 corridas, algo sem precedentes e que não queremos ver repetido. Pior, as desculpas que explicam esta catástrofe nem sequer são originais: o Férias de uns; o Trabalho de outros; o Lesões de outros ainda; o Computadores sem internet; o (e a minha preferida) “ouve lá, não tinhas sido tu a ficar de escrever?” Apesar de tarde e a más horas, temos para nós que o GFAS tem um compromisso com os leitores do site. E se isto não é serviço público, para lá caminha a passos largos… Assim, vou tentar fazer um resumo das últimas 3 corridas do nosso grupo, todas do mesmo fim de semana de quinta a domingo – Lisboa, Montegordo e Idanha-a-Nova. Campo Pequeno, dia 9 de Agosto (Televisionada - 50 Anos da RTP) Corrida de gala à Antiga Portuguesa, com 6 cavaleiros e 3 grupos. Toiros Pinto Barreiros. Connosco pegaram Grupos de Lisboa e do Aposento da Moita. O primeiro toiro da corrida – tal como já tinha acontecido no primeiro toiro do novo Campo Pequeno – foi pegado pelo Diogo Sepúlveda. Depois de ter brindado ao Director da RTP, o Diogo pôs o barrete e partiu para o toiro (o maior da corrida, com 605 kg) com a calma e decisão habituais. Este, mal “sentiu” o Diogo em praça, investiu com pata, de meia praça. Depois de uma reunião muito dura e de o Grupo não ter tido tempo para ajudar o Diogo, este levantou-se apresentando uma lesão impressionante no seu olho direito. Para os poucos que não viram na televisão, não vou perder muito tempo a descrever a lesão. Basta referir o silêncio imediato que se sentiu na praça, juntamente com aquela sensação que sempre surge quando se presencia algo especial. Independentemente de alguns “fantasmas” do passado recente do Grupo e que nos assolaram logo a todos, penso que não teriam sido muitos a voltar a bater as palmas ao toiro. Mas todos conhecemos a matéria de que o Diogo é feito (e, já agora, o seu B.I…) e por isso não espantou a ninguém que ele tivesse pegado o toiro à segunda, em nova tentativa dura, magnificamente ajudado pelo Miguel Navalhinhas e pelo restante Grupo. (PS: hoje, dia 22 de Agosto, o Diogo já está impecável. Poucas mariquices, se faz favor) O nosso segundo toiro, quarto da corrida, foi superiormente pegado pelo enorme JP. Depois de um brinde ao cabo do Grupo de Lisboa, e de um cite bonito como é seu timbre, o Jota carregou com decisão o de Pinto Barreiros. O que aconteceu depois, na minha opinião, foi mais uma demonstração do que são os tempos da pega de caras, mandar, parar e templar. Foi uma pega menos vistosa mas tecnicamente perfeita, diria quase didáctica…. Grande mérito do Seixas Luís de ter tornado fácil o que podia ter-se complicado e o Grupo outra vez muito seguro nas ajudas, comandados pelo mestre Peidinha. À semelhança do ano passado, ouviu-se um clamor indistinto do sector 1 do Campo Pequeno: “…. é de borracha, JP, é de borracha..…” Mais uma grande noite para o Grupo no Campo Pequeno. Montegordo, dia 10 de Agosto 4 Toiros Charrua, 1 Toiro Brito Paes. Rouxinol, Fernandes e Isabel Ramos, Grupos de Santarém e Montemor Não foi a noite que queríamos para o GFAS. Pelo contrário, foi daquelas corridas nas quais sentimos que o Grupo esteve aquém do seu melhor e das quais, pelas piores razões, não nos vamos esquecer nos próximos tempos. Vindo de Lisboa em cima da hora da corrida, já não vi o primeiro a ser pegado pelo António Gomes Pereira, que pegou à terceira tentativa. Mas depois de ter visto o filme da pega, pareceu-me que, na primeira tentativa, o António reuniu razoavelmente bem, e que o Grupo teve logo uma boa oportunidade de fechar que não foi aproveitada. Na segunda tentativa, a reunião não foi famosa (em abono da verdade, o piso da praia também não ajudava), e o António não conseguiu consumar a pega. À terceira, com o Grupo mais em cima e com o toiro já a complicar, resolveu-se o problema com eficácia mas sem grande brilho. O terceiro toiro da corrida foi o novilho Brito Paes, toureado pela Isabel Ramos. Diga-se de passagem que todos gostaríamos de ter um novilho destes no quintal para treinar de vez em quando.. uma autêntica tourinha, de enorme qualidade! O cabo JP (sim senhor, leram bem, na ausência do Pedro Graciosa saiu a cabo o João Pedro Seixas Luís) deu o novilho ao Luís Sepúlveda, que pegou à segunda. Na primeira tentativa, o Luís fez um cite demorado e bonito, carregando o novilho de longe com muita convicção. Aguentou bem, mas no momento da reunião houve, na minha opinião, alguma precipitação e falta de genica. Como me disse mais tarde o sempre atento Ricardo Cabaço, naquela tentativa houve bastante “Vasco”, mas tinha faltado um bocado de “Nuno”... Na segunda tentativa, o Luís corrigiu o problema e, bem ajudado pelo Rui Cabral e por todo o Grupo, consumou a pega. O quinto toiro da corrida era o mais sério do curro Charrua, tendo saído da lide “inteiro” e reservado. O Filipe Falcão, que fazia anos à meia-noite, via a coisa muito clara: queria pegar o toiro. E não era uma vontade nervosa de quem ia pegar uma primeira vez. Muito tranquilo, percebi logo que ele dificilmente iria aceitar que o toiro não fosse seu. O JP fez-lhe a vontade e, depois de brindar ao grande João Cabaço, começou o seu cite. Ninguém diria que só tinha pegado nos treinos, tal a calma demonstrada. Com o toiro a arrancar-se pronto, o Filipe aguentou bem e recuou melhor. Na reunião, porém, alguma coisa não correu bem, e o Falcão ficou de “chocalho”, tendo caído pouco depois. A sua cara de dor dizia tudo – o joelho tinha dado de si (mais tarde, as piores notícias, rotura dos ligamentos lateral e cruzado anterior). O que quer dizer que vamos ficar sem um elemento muito importante nos próximos meses… Vamos sentir a falta da tua” robustez” nas ajudas, Falcas! Põe-te bom! Para a dobra, prontificou-se imediatamente o Francisco Goes, que após 2 tentativas duras, ajudadas de forma temerária pelo regressado David Silva e por todos, resolveu o problema com muita determinação. Uma corrida algarvia que, à semelhança de outras, não deixa grandes saudades. De destacar, pela positiva, a presença de muitos antigos forcados na corrida e no jantar. Afonso Lebre, Ricardo Cabaço, Miguel Mendes de Almeida, Duarte Cortes, Paulo Lapão (Pitufo) e Pedro Cobra. Outros havia que já não fardam, mas peço desculpa, ainda não ganharam o estatuto de “antigos forcados”. Idanha-a-Nova, dia 12 de Agosto Corrida Mista na terra do Marquês. Toiros Sommer d'Andrade. Mais uma etapa da 93º Volta a Portugal, e desta vez, uma das etapas rainhas. Devido a variadas circunstâncias, o Pedro apostou na juventude para esta corrida. Basta dizer que o forcado mais velho que estava fardado dá pelo nome de Pedro Féria, que é um moço que ainda nem buço tem... Também eu não tive oportunidade de me deslocar àqueça cidade raiana, mas as notícias do GFAS correm céleres por esse país fora, e o que ouvi foram quase só coisas positivas. A abrir praça, para confiar a rapaziada mais nova (que não se pode queixar de falta de oportunidades este ano!) foi o Vila Chã, Francisco Barata, que vai lançado para a dianteira de toiros pegados este ano. Perante o Sommer de 450 kg, o Vila Chã não teve dificuldades de maior, consumando a pega à primeira tentativa. As primeiras ajudas foram dadas pelo David Silva. Para o nosso segundo toiro, também de 450 kg, o escolhido foi o Manuel Murteira jr, cuja época de estreia está a roçar o impressionante. Desta vez, porém, o Manel sofreu as consequências da sua inexperiência. Estando o toiro de lado, junto à trincheira, o Manel foi andando, sem nunca conseguir pôr o toiro com ele. Quando este arrancou, sem ser devidamente carregado, veio solto e a "encerelhar", o que não permitiu que o Manel se fechasse convenientemente. Na segunda tentativa já não houve esse ou outros problemas - pega limpa e fácil, com o Lopo José a dar primeiras, como manda a lei. Nota: A próxima corrida, se lo tiempo no lo impide, será uma nocturna em Arronches, perto de Portalegre, no sábado dia 25. O Grupo pegará 3 terroríficos "Rudolfos Andrés". Haverá alguma forma melhor de acabar as suas férias em beleza? Um abraço a todos, Peu Torres |