Fui convidado pelo Grupo a escrever umas palavras sobre a corrida da última quinta-feira em Lisboa. Como estavam a assistir à corrida, antigos elementos com história no grupo com muito mais e melhor a dizer do que eu, aceitei não por achar que era um simpático convite, mas sim porque percebi a “penitência” que me aplicaram por não aparecer em corridas do Grupo há bastante tempo ! Assim aqui estou eu agora a sofrer, a olhar para um ecrã sem saber o que escrever numa situação de tanta responsabilidade … Acho o site uma óptima ideia, torna a informação sobre as corridas e outras notícias do Grupo mais acessíveis, proporcionando-nos uma forma fácil e rápida de “matar as saudades” de uma fase importante das nossas vidas. Este fim-de-semana estive em casa do Francisco Abecassis, com o Nuno Sepúlveda, o Diogo Durão e respectivas famílias. Acompanhámos à distância, as quatro corridas que o Grupo pegou esta semana sendo naturalmente o tema de conversa, e troca de opiniões. Mais uma vez, o Grupo de Santarém foi o ponto de partida para se contarem histórias sobre os amigos que aí ganhámos, “digressões ao norte”, “internacionalizações”, jantares épicos, corridas óptimas e outras menos boas que tivemos, etc… Vamos então à corrida! Apesar da praça não estar cheia, o ambiente estava óptimo e com vários factores de interesse para quem acompanha o nosso Grupo: João Moura; Vítor Ribeiro (cujo apoderado é o nosso quinto cabo, Carlos Empis); Francisco Palha (filho do antigo forcado Nico Palha e irmão do “antigo” forcado do Grupo do futuro, Salvador Palha); Grupo de Santarém; Grupo de Montemor (além de ser um dos grupos com quem sempre houve uma grande competição, apresentava no Campo Pequeno o seu novo cabo); Toiros do Eng.º José Lupi (antigo forcado do Grupo de Santarém).
Os toiros, sem terem maldade, não eram o que um forcado idealiza para uma pega na praça de Lisboa. Pegaram o Joaquim Pedro Torres (à 1ª) o António de Jesus (à 3ª) e o João Pedro Seixas Luís (à 2ª), acho que o Grupo esteve muito bem a pegar, a ajudar, e a “andar” dentro de praça. Sabes António, estando a pensar na dura semana que tiveste com a nossa jaqueta vestida, veio-me à memória o que o teu tio Joaquim escreveu para a despedida do Carlos “… se nesse dia uma lágrima traiçoeira aparecer, não te importes, deixa-a rolar à vontade, pois só os fortes se podem dar ao luxo de ser fracos … “
Penso que a ideia de convidarem um antigo elemento para fazer a crónica de uma corrida do Grupo, não deverá ser para ouvir opiniões exaustivas sobre as pegas efectuadas (pessoalmente quando me fardava nunca gostei de “treinadores de bancada” que davam palpites de fora para dentro do grupo), mas sim para tentar passar de uma forma simples, (principalmente para quem está com o Grupo à menos tempo), as emoções sentidas nessa corrida de quem teve a sorte de pertencer em anos anteriores ao Grupo de Santarém. O único conselho que posso dar a quem se está fardar pelo Grupo, é que aproveitem com alegria e intensidade os dias que estão a viver agora, pois irão recordá-los por toda a vida. Ouçam o vosso cabo, sejam humildes nas boas “marés” e entre ajudem-se nas fases menos boas. Lembrem-se que quando estiverem abaixo do que gostariam, é preciso que ganhem mais motivação para as próximas corridas, pois como em tudo na vida, quem tem a vontade, persistência, e cabeça fria para corrigir os seus erros, tem muito mais valor ! Para além de lhe ser mais gratificante do que se tivesse conseguido o que queria sem esse esforço. Sempre gostei de acompanhar a política, futebol, outros desportos, e corridas de toiros, mas aquilo que realmente me entusiasma é o Grupo de Santarém. Quando entrei para o Grupo os meus “heróis” eram o Carlos Grave, Nuno Megre, António Cachado, Luís Gameiro, Gonçalo Cunha Ferreira, Pedro Graciosa, Pedro Brás Pereira, Tó Gama, Manuel Murteira, … mas o que aprendi, quando pude estar ao seu lado em praça e ouvindo antigos elementos é que apenas foi possível o Grupo ter uma história tão grande e importante (em épocas e com intervenientes tão diferentes) porque as várias gerações que passaram pelo Grupo tiveram sempre em comum, um denominador – o único Herói é o Grupo de Santarém e é a obrigação de todos os que estão no grupo respeitar a memória de quem o fundou e de quem já usou a nossa jaqueta. Um abraço Filipe Sepúlveda |