Mora, 9 de Setembro de 2007 Cavaleiros Luis Rouxinol Victor Ribeiro Sónia Matias Ganadaria do Sr. Conde de Cabral GFA de Santarém e GFA de Montemor-o-Novo Fui para o sorteio da corrida, que se realizou às 12h, um pouco desgastado e cansado, pois desde 5ª feira que não dormi mais que 3h por noite (5ªfeira corrida à noite no Campo Pequeno, 6ª feira trabalhar e corrida à noite em S. Manços, sábado corrida em Santarém à tarde e casamento do Nuno Torres em Évora e finalmente domingo corrida em Mora à tarde), mas ao mesmo tempo ia como se fosse para o sorteio da minha 1ª corrida como Cabo, ou seja com o animo e prazer de ir para mais uma corrida do GFAS, animo e prazer esse que ao aproximar-me de Mora fizeram desaparecer por completo o cansaço e desgaste com que saí de casa, parecia que tinha acabado de beber um café duplo, o povo diz e com muita razão “… cavalo que corre por gosto, não se cansa…” Os toiros estavam bons e pequenos, o que me permitiu pensar imediatamente na rapaziada mais nova, para pegar, ajudar e rabejar. Depois do sorteio e de ter reconfortado o estomago do Cabo com 2 empadas e 1 ice-tea no restaurante Afonso, em Mora, fui para a Estalagem do Sorraia, em Santa Justa (Couço), para onde a Sra. Dª Fernanda Teles nos convidou para fardar e muito amavelmente nos ofereceu 2 quartos e nos serviu um extraordinário jantar, após a corrida. Desde que aí cheguei até à hora da fardamenta aproveitei para recuperar algumas horas de sono. Para o 1º toiro escolhi o António Imaginário, que para além de merecer está numa fase em que precisa de pegar para se afirmar, depois da grave lesão que sofreu na época passada. Brindou à minha grande amiga Sofia Ribeiro Telles Guedes Queiroz, nora do Ganadero. O toiro era pequeno mas o António esteve bem e fez uma boa pega à 1ª.
Para o 2º toiro escolhi o João Torres e para 1ª ajuda o Filipe Almeida, ambos netos do antigo Forcado do GFAS José Torres. O João teve uma corrida muito pesada na véspera, o casamento de seu primo Nuno Torres, mas apresentou-se com uma vontade de pegar enorme. É um Forcado em que eu tenho muita fé e precisava de um toiro que lhe soprasse um bocadinho. Este toiro tinha 5 anos e o João fez uma grande pega, cheia de emoção e garra, à 1ª. Para o nosso 3º toiro escolhi o João Goes, também neto de um antigo Forcado do Nosso Grupo, do enorme José Goes, que já tinha pegado um novilho na corrida de Alter do Chão e quis ver se era verdade o que vi nos treinos. É um Forcado muito novo, com boas aptidões físicas e que me parece que pode honrar o nome que tem ao serviço do GFAS. O toiro tinha 4 anos e arrancou com velocidade. O João pode não ter estado perfeito à frente do toiro, mas agarrou-se para ficar, foi muito bem ajudado e fez uma pega com raça e emoção, à 1ª.
Os ajudas desta corrida foram também rapaziada nova, com alguns mais experientes pelo meio, saliento nesta corrida o desempenho do Luis Faria a rabejar, vocação que lhe foi descoberta pelo Mestre David Romão, numa brincadeira em sua casa, em pleno Agosto, e também o facto de para além de se fardarem inúmeros netos de antigos Forcados do GFAS, também já se farda um bisneto, o José Goes, que é bisneto, pelo lado de sua Mãe, do ilustre António Vicente de Almeida. Assim se perpétua a história do Nosso Grupo, ano após ano, de geração em geração, é o Grupo de Forcados Amadores de Santarém a caminho do centenário.
O GFA de Montemor-o-Novo apresentou-se também com muita gente nova fardada e realizou duas pegas à 1ª e uma à 2ª. Desde o final da corrida até ao jantar reflecti sobre os últimos dias do GFAS, nesses momentos revivi as fortes emoções que senti desde 5ª feira, idealizei um discurso em que iria prestar uma enorme homenagem a todos os elementos do GFAS e à Nossa Querida Madrinha, iria agradecer por me darem a enorme honra de ser Cabo do MELHOR GRUPO DE FORCADOS AMADORES DO MUNDO, mas com esta enorme mistura de fortes emoções não consegui exprimir por palavras o que me vai na alma. Depois da corrida do Campo Pequeno em que não soubemos entender e tirar partido dos toiros, nenhum Forcado o soube fazer, dos 2 Grupos em Praça, apesar de se terem feito pegas à 1ª, numas pegas carregou-se várias vezes sem perceberem que os toiros não viriam e noutras deixou-se que os toiros arrancassem por eles, sem se mandar, dizia eu, depois disto, chegar no dia seguinte, a S. Manços, em que a média de peso dos toiros foi 640kg (o nosso 1º toiro pesava mais de 700kg), e sentir o Grupo inabalável, pronto para o que calhar, o jovem António Grave de Jesus a oferecer-se para pegar o bisonte assim que ele saíu, os ajudas e rabejador sem vacilar, assim como todos os que estavam fardados a fazerem-me sentir que podia estar tranquilo que caso acontecesse alguma coisa estavam ali para o que fosse preciso, ver a maneira como fizeram 4 tentativas e pegaram o dito cujo e depois ver o Pedro Soares lesionado na maca, a chorar, a pedir-me desculpa por se ter aleijado, digam-me lá se não tenho razões para dizer que pertenço ao melhor Grupo de Forcados Amadores do Mundo? Nesta maratona pegaram-se 12 toiros, pegaram 10 Forcados de Caras, só 2 é que repetiram. Na mesma corrida não se repetiu um 1ª ajuda. Voltaram a pegar o Diogo Sepúlveda e o Gonçalo Veloso, depois das lesões que sofreram, realizaram-se oito pegas à 1ª, duas à 2ª, uma à 3ª e uma à 4ª tentativa. As pegas à 2ª e 3ª tentativas foram por culpa dos Forcados de Caras, na que foi à 4ª tentativa a culpa foi do toiro pois o Grupo fez 4 pegas neste toiro, o público aplaudiu de pé e obrigou o Forcado de Cara a dar a volta à arena, foi em S. Manços e o toiro pesou mais de 700kg. Não quero acabar sem agradecer a ajuda que dois antigos Cabos do GFAS, Carlos Empis e Carlos Grave me têm dado, com os seus ensinamentos e sua presença, ao longo da temporada e em especial na corrida de S. Manços, onde tiveram um papel importantíssimo. Pelo GFAS venha vinho, Um grande e amigo abraço para todos, Pedro Graciosa 12/9/2007 |