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"Capitaneados por Diogo Sepúlveda..."

O passado dia 12 de Julho foi um dia histórico para o nosso Grupo.
Como o próprio título desta notícia indica, o Grupo de Santarém teve aos comandos, e pela primeira vez, o seu 9º e recém-empossado Cabo, Diogo Sepúlveda.

Palco da estreia: Évora, apelidada de “Catedral do Forcado”. Corrida Real, de homenagem aos 25 anos de alternativa de Joaquim Bastinhas. Um bonito curro de Murteira Grave. Forcados de Santarém e de Évora, ambos a apresentarem os novos Cabos.

Como não podia deixar de ser, foi uma primeira corrida de responsabilidade neste início de Era. E se começássemos pelo fim, podíamos dizer que foi uma estreia “sonhada”.

Mas vamos começar pelo início.
A Tia Bindes, nossa Madrinha, fez questão de ser ela a abrir a porta de sua casa para o Grupo se fardar, em data tão importante. Foram, pois, principescamente recebidos não só o Grupo activo, respectivas namoradas e amigos, mas também largas dezenas de miúdos cheios de vontade de ser forcados (a famosa “canalha”) e ainda uma equipa de reportagem da RTP que tem estado nos últimos meses a gravar um documentário sobre a Festa Brava, ultimamente tão maltratada.

Como se disse em cima, foi uma “Tourada Real”, com a presença de representantes da Casa de Bragança, e onde os habituais pasodobles foram substituídos pela guitarras portuguesas.
A corrida foi cheia de ritmo, divertida e na minha opinião com actuações de grande nível pela maior parte dos cavaleiros presentes, nomeadamente António Telles, Rui Salvador, Marcos Tenório e Tiago Carreiras.

Os toiros que vieram da Galeana ajudaram nestes triunfos, e o Ganadero deve estar orgulhoso do sucesso da corrida.

No que toca às pegas, a noite correu-nos de feição.

Na primeira corrida em que saiu a Cabo, o Diogo entendeu dar o primeiro toiro, de 560 kg, a um Forcado em que ele confia muitíssimo (e nós também): ele próprio! Depois de ter brindado com muita emoção ao Pedro Graciosa, o Diogo colocou-se bem no meio da praça, com a segurança e experiência a que nos habitua há muito tempo. Depois de o toiro ter dado “sinal”, o Diogo carregou com decisão, provocando uma investida alegre e franca.
A reunião não foi a melhor, por culpa de um “estranho” feito pelo toiro no último momento. No entanto, foi suficientemente boa para o Diogo se agarrar com alma, muito bem ajudado pelo Miguel Navalhinhas e restante grupo.
“Mestre” David Romão rematou - bordou - a pega com a classe dos eleitos.

O terceiro toiro da corrida - 535 kg - foi na minha opinião o melhor do curro, tendo proporcionado uma lide de grande qualidade a Rui Salvador. O Diogo decidiu dar este toiro a António Grave de Jesus (será lobbie?).

(parêntesis) Em relação a este grande Forcado chamado António mas mais conhecido como “estrelinha”, gostava de contar uma história, que alguns podem não conhecer: Há muitos, muitos anos, um jovem António, cheio de borbulhas e sem ter sequer uma leve penugem que se pudesse chamar buço, discursou num jantar do Grupo de Santarém (acho que no Vargas) dizendo que “queria muito pegar um toiro do mê avô...”
Pois bem, os anos foram passando e os Graves foram deixando a sua marca. Hoje em dia é a ganadaria que mais vezes o António pegou. Este pode e deve ser um exemplo para os muitos mais novos que seguem o Grupo: ......Cuidado com o que desejam!! (fim de parêntesis)

Em Évora ficou na retina a forma como o António carregou o toiro, depois de um cite bonito. Foi daqueles “carregares” que são prenúncio de grandes pegas, de quem sabe o que está a fazer. No entanto, depois de ter carregado, o António na minha opinião esqueceu-se de recuar um passinho que fosse e, depois de o toiro ter descaído ligeiramente para o seu lado esquerdo, saiu antes que o “Mestre” Pedro Cabral pudesse deitar-lhe a mão.
Na segunda tentativa o toiro meteu a cara muito alta, mas não protestou, o que proporcionou uma pega fácil e muito bem fechada por todo o Grupo.

No hay quinto malo, e assim foi mais uma vez em Évora. O 5º toiro da corrida (475 kg) pode ter entrado na história do GFAS por ter sido o toiro que mais rapidamente foi dado a um forcado, neste caso Gonçalo Veloso. Isto porque quem pegasse de caras este toiro levaria, instalada na cinta, uma micro-câmara de filmar, cortesia RTP, e esta teve que ser instalada com alguma antecedência.

É a veia artística do Gonçalito, sempre a inovar na Festa dos Toiros em Portugal. E não se ficou por aqui, uma vez que escolheu Évora para apresentar ao mundo o seu novo saltar de trincheira, o já famoso “pino a 2 tempos”, que com certeza irá fazer escola.

Depois de ter brindado a Bernardo Patinhas, novo Cabo do Grupo de Évora a quem desejou muita sorte, o Gonçalo citou de forma toureira e mandou vir o toiro de meia praça com muita decisão, tendo este reagido prontamente. Pode apontar-se ao Gonçalo o facto de não ter aguentado quase nada, tendo começado logo a recuar, o que talvez explique a reunião algo defeituosa. Ainda assim, com a sua raça habitual e com as ajudas oportunas de Filipe Almeida e restante grupo, a pega resolveu-se sem problemas de maior. Rabejou o Ricardo Tavares.

Pelo Grupo de Évora pegaram Francisco Garcia (2ª), Nuno Lobo (à 3ª, com enorme atitude) e o novo Cabo Bernardo Patinhas (1ª), a quem se reiteram votos de largos e bons anos no comando desta instituição muito amiga.

O jantar foi no Monte do Esborrondadouro, propriedade da família Saragoça (cada vez mais convertida ao GFAS à conta da Margarida), foi óptimo e durou até às tantas. De destacar a presença da Madrinha e do Tio Rui Cabral, e de autênticos ídolos do passado recente do Grupo – Joaquim Grave, Jana Grave, Filipe Sepúlveda, Manuel Murteira, António Fernandes, Ricardo Cabaço, Luís Assis, entre outros. Ninguém duvida que as “bases” estão com o Grupo nesta fase de transição.

O Diogo encerrou o capítulo dos discursos, como manda a tradição há quase 100 anos, e estranhou o facto de falar depois de pessoas tão importantes no Grupo de Santarém. Quanto a isto, só um comentário: vai-te habituando!

um grande abraço,
Peu Torres

PS: Não acredito que escrevi este texto todo sem fazer uma única referência ao facto de o Jesus ter voltado ao seu estatuto de estraga-médias. Está sanado o lapso, peço desculpa pela distracção.

 

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