Uma questão de Seriedade! Aconteceu que o Diogo Sepúlveda, actual cabo do Grupo de Santarém, me telefonou a pedir se eu me importaria de ser um dos elementos do Júri que iria julgar a actuação dos Grupos de Forcados na Corrida em Évora no dia 12 de Julho. Disse-me que a vontade da empresa era que o Júri fosse constituído por dois antigos cabos dos dois Grupos que actuavam, Évora e Santarém e que a ideia era eleger o melhor Forcado nessa corrida. Não achei bem por duas razões principais: 1. Com 4 júris (2 + 2) seria muito provável haver empate. Mas enfim, não viria mal ao mundo se acontecesse empatarem. Até por vezes é mais simpático. 2. É normal e compreensível que antigos elementos dum grupo, nestas condições, puxem a braza à sua sardinha, e aqui já se põe um problema de justiça no resultado. Isto para explicar porque, no meu entender, o responsável por esta ideia não será possuidor de QI elevado, ou então teria alguma coisa pensada. Acontece que sempre fui contra os chamados concursos de pegas e/ou forcados, mas admito que haja quem goste e até organize e promova este tipo de competição, e para não ser “desmancha prazeres”, e também tendo em atenção que era a primeira corrida que o Diogo fazia como cabo do Grupo de Santarém, resolvi aceitar. Durante o espectáculo foi dito várias vezes aos microfones a constituição do Júri. Antigos cabos do Grupo de Santarém: Pedro Graciosa e Carlos Grave, e antigos cabos do Grupo de Évora: João Pedro Rosado e João Pedro Oliveira. Estes nomes, e só estes, foram aqueles que sempre que informaram o público pelos microfones e também os júris pessoalmente, constituíam o jurado. No fim da corrida lá se procedeu à votação. Perguntei ao Pedro Graciosa em quem tinha votado ao que me respondeu que tinha sido no Diogo Sepúlveda. Como também eu votei no Diogo, pensamos o seguinte: se os outros dois júris tiverem votado no mesmo forcado, haverá empate, se votaram em forcados diferentes, o Diogo fica com mais votos. Reparem bem, para fazer estas contas não é preciso ser formado em Matemáticas Aplicadas. Quando anunciam aos microfones que o resultado da votação do Júri (e voltam a dizer Pedro Graciosa, Carlos Grave, João Pedro Rosado e João Pedro Oliveira) tinha elegido Bernardo Patinhas como o “Melhor Forcado” , o Pedro e eu realizamos imediatamente que tinha havido qualquer coisa menos correcta em todo este processo. Pedimos ao Sr. Pegado(empresa) para ver os boletins de voto e confirma-mos a existência de dois votos no Diogo Sepúlveda e dois no Bernardo Patinhas, ou seja o tal empate previsto. Confrontado com a realidade, o Sr. Pegado retorquiu: “houve empate de votos sim, mas a empresa resolveu desempatar e por isso que quem ganha é o Bernardo Patinhas”. É preciso ter muita “cara de pau”. Gostava que tivessem visto o “à vontade” com que disse aquilo, eu nem queria acreditar ! A tal coisa menos correcta que tinha acontecido, agora tinha confirmado que era mesmo aldrabice. Fiquei fulo, como devem calcular. Fui para casa a dizer e pensar o pior que há do tal Sr. Pegado, mas depois de pensar bem e analisar os acontecimentos chego à conclusão que a culpa não é dele, pois acredito que não fez por mal. O problema è que a sua formação não é sensível a isto, e nem se apercebeu que estava a violar determinados valores e princípios porque não os conhece. Para ele, passar por cima da opinião das pessoas que ele próprio concordou que deveriam julgar o assunto, alterando o resultado da votação de acordo com a sua vontade, é a coisa mais normal deste mundo. (será esta postura de quero, posso e mando influência do governo de José Sócrates !?). Enfim, podia ter dito ao Jurado antes de divulgar o resultado: “como houve empate de votos e a empresa não quer que isso aconteça, vejam se chegam a uma conclusão de quem deve vencer, senão a empresa desempata”.(ou qualquer outra coisa do género). Sei que isto também não era correcto, mas pelo menos mostrava algum respeito e educação da parte do Sr. Pegado. Mas isso são coisas que têm pouco interesse para ele, e por isso volto a dizer que ele não agiu de má fé. É um problema de formação. Ao Grupo de Évora em geral e ao Bernardo Patinhas em particular, quero pedir que não levem isto que escrevo como algo contra vocês. Antes pelo contrário, aproveito para dar os parabéns ao Nuno Lobo, que por pouco não pôs os quatro júris de acordo, e também ao Bernardo Patinhas a quem aproveito para desejar as maiores felicidades no comando do Grupo de Évora, e já agora se me permites um conselho, que te previnas contra coisas deste género, porque agora foi para o vosso lado, mas vai chegar o dia em que pode acontecer ao contrário. Esta minha posição não tem a ver com o facto de o Grupo que ocupa maior espaço no meu coração, não ter ganho. Sabem bem que isso está farto de acontecer, e nunca reagi assim. É uma questão de seriedade que está em causa, e com isto quero chamar a atenção para o facto de pessoas que tomam atitudes destas não trazerem à Festa em geral e aos Forcados em particular, a seriedade desejada. Parabéns aos dois, Bernardo Patinhas e Diogo Sepúlveda. Carlos Grave
|