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Ergueram-se Torres numa noite que, ao fim ao Cabo podia ter sido mais Grave

Olivenza (Olivença), há quem diga que é “nossa”, há quem não a queira nem dada. Há algo de ir para dentro lá fora quando se está naquela terra. Numa pequena sondagem descubro que os que lá vivem acham que perferem ser espanhóis, depois digo-lhes que temos um primeiro ministro como o Socrates e eles têm a certeza!

Inserida nas festividades temos a Corrida de Rejoneo, um cartel montado com Andy Cartagena, João Moura Jr. e João Ribeiro Telles Jr. com três dos Toiros de Arruzi a serem pegados pelo Grupo de Santarem “máximas figuras en Portugal”

A bonita e bem cuidada praça de Olivença ficou meia cheia de um público mais habituado a ver  corridas a pé, mas que no fim de contas quiserem ver o que têm andado a perder desde que são espanhóis.

Os três primeiros toiros foram lidados completamente “à espanhola”, i.e. depois da lide seguia-se imediatamente a entrada a matar com o rojão de morte. Rapidamente percebemos que o Andy Cartagena tinha vindo para rejeonar e não tourear, e que o público gostava! Num toureio muito enrolado lá foi decorando a “árvore de natal”, quase impávida e serena de tanto ver um cavalo a andar à roda, eu também ficaria baralhado!

Depois vieram os “nossos” que com um toureio muito mais recto, frontal e sério foram tentando explicar como é que nós fazíamos as coisas no lado de cá da fronteira. Deram os dois bem conta do recado e mesmo na sorte sempre complicada de matar estiveram eficientes.

Ao fim dos três primeiros toiros começou a corrida para nós. Já tinha dado para perceber que o curro de Arruzi era sério e encastado. A corrida estava séria. Agora os toiros seriam toureados, a seguir eram pegados e por fim o cavaleiro voltava a entrar para consumar a lide com o rojão de morte.

Andy Cartagena continuou com o seu toureio de aquário, volta após volta, ferro após ferro. O toiro chegou à pega do António Grave de boca fechadinha e cheio de vontade de esticar as pernas e sair do sitio onde o Andy o tinha deixado. O António citou o seu 60º toiro (já!!), que veio todo contente ter com ele cheio de vontade de fazer maldades (que o digam o Nelson e o Filipe Almeida), assim o Jesus e o grupo lá fizeram a vontade ao toiro e foram lá quatro valorosas vezes com vontade de lá ficar. Por entre palmas, ares de espanto e alguns risos os “nuestros hermanos” lá iam apreciando tudo o que se estava a passar.

O segundo Toiro para o grupo foi lidado por joão Moura Jr. Toiro com cara imponente, cuja imponência era relaçada pelo facto de estar desembolado (como todos nesta corrida), mas também parado e a transmitir pouco na lide. Para a pega deste toiro foi o João Torres, não era uma pega fácil (também nenhuma o é!) sobretudo depois das quatro tentativas anteriores e das lesões do Nelson e do Filipe Almeida. O João esteve valente, o David Silva (1ª) e o grupo ajudaram bem. Os espanhóis é que ficaram tristes por não verem quatro tentativas, afinal isto assim já não tinha tanta piada!!

O último toiro da corrida, lidado por João Ribeiro Telles Jr. era o toiro mais mexido, com mais intensidade que os anteriores, mais equilibrado, com taninos mais envolvidos, acidez bem integrada  e um final longo e complexo( desculpem caiu-me a caneta para o copo...)

O Diogo assumiu a responsabilidade de acabar o fim de semana que ele também tinha começado em Reguengos, como que a abrir e fechar a porta deste belo fim de semana de toiros. Mostrou a boa forma em que está e só não pegou à primeira por um atraso mínimo dos segundas e terceiras na entrada a ajudar, isto depois de muito bem ajudado pelo Féria! A segunda tentativa mostrou que podíamos ter pegado à primeira!

No fim ficámos com a ideia de este ser um espectaculo um pouco desenquadrado, qualquer coisa como beber um barca velha num copo de plástico durante uma sardinhada, numa bela tarde de verão, ou seja: é bom à mesma mas não tem nada a ver!

Acabou a corrida e fomos todos para a caminha que este tinha sido um dia em cheio (versão oficial)!

Um grande abraço para todos e um resto de época cheio de boas pegas e boas corridas. Sorte!

António Braga

20-08-2008

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