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O Grupo de Santarém... sempre em Ascensão.

21 de Maio de 2009

Praça de Toiros da Chamusca

Cavaleiros: Rui Salvador
                  José Manuel Duarte
                  Francisco Palha
Forcados: Amadores de Santarém
                Amadores da Chamusca
Toiros de: Manuel Coimbra

Caríssimos (as) Amigos (as)
Grupo de Santarém;

O nosso cabo Diogo Sepúlveda, incumbiu-me a difícil tarefa de vos relatar por escrito, esta magnífica jornada chamusquense. Com a mesma honra e prazer que tenho, em abrir a porta de minha casa, para receber o nosso Grupo, vou tentar descrever o nosso dia. Passemos então aos factos.

5ª feira de Ascensão na Chamusca, foi durante décadas, uma data fixa, na agenda do Grupo de Forcados Amadores de Santarém, até 1974. E eis que, 35 anos volvidos uma nova geração de forcados, em grande parte filhos e netos, dos que nesses tempos elevaram bem alto o nome do Grupo, se aprestam a entrar em cena. Coincidência, ou talvez não, (não sabemos os desígnios de Deus) hoje nasceu, provavelmente um novo forcado, já que a nossa estimada madrinha Bindes, foi novamente avó, desta feita de um valente rapagão. Parabéns pois, aos avós Bindes e Rui, aos pais e toda a família.

Pelas 11h da manhã encontrei-me com o Diogo e o Gonçalo Veloso, a fim de assistirmos ao sorteio, onde o cabo tomou o primeiro contacto e os apontamentos necessários, com os toiros que nos couberam em sorte. Entretanto já tinham chegado também, alguns dos antigos forcados que responderam á chamada, e dali fomos assistir na rua principal da vila, à entrada de toiros, bem acompanhados dumas louraças, feitas de malte e lúpulos seleccionados, bem fresquinhas, porque o calor já se fazia sentir. Mas só os antigos é que as deglutiram, já que os actuais tinham por razões óbvias, de se fardar, enquanto nós, os antigos era mais “enfardar”. Após a retardatária chegada, de mais forcados retirados e amigos do Grupo, fomos almoçar e de seguida passámos em minha casa, para ver se era preciso ajudar alguém a pôr a cinta, e nós “enfardarmos” mais qualquer coisa, antes de seguir para a praça de toiros.

Quanto á corrida e começando pelos cavaleiros, Rui Salvador a comemorar 25 anos de alternativa, demonstrou o seu reconhecido profissionalismo e a sua raça. José Manuel Duarte pareceu-me pouco placeado, talvez fruto do pouco que tem toureado nas últimas temporadas. Francisco Palha a caminho da alternativa, porfiou bastante mas os oponentes não lhe deram muitas hipóteses de brilhar. O curro do nosso amigo Manuel Coimbra, saiu mansote mas com os toiros a deixarem-se tourear e a investirem francos para os forcados.

Para a cara do 1º da tarde, com 505 kg, foi escolhido António Grave de Jesus, forcado de rija têmpera e já com provas dadas, mas que vinha de um mau momento na corrida de Março em Santarém. Depois de brindar ao público, António citou com garbo e muita calma, provocando a pronta investida do toiro. Aguentou e, recuou na cara do toiro, fechando-se muito bem à barbela e ao 2º derrote a passar-se para a córnea, com o toiro a entrar pelo Grupo e batendo nas tábuas com estrondo, mas bem ajudado por todos, consumando uma estupenda pega à 1ª tentativa. O António ficou felicíssimo e com a confiança em alta. Após a merecida volta de agradecimento, em conversa com ele e com o Miguel Navalhinhas, chegámos à “conclusão” que quando as coisas não lhe correm tão bem, ”o principal culpado” é o primo. Portanto Miguel, na próxima oportunidade tens de te redimir. (Para quem não assistiu, isto é uma brincadeira nossa)

O 3º da tarde tinha 490 kg, sendo destinado ao jovem forcado Manuel Roque Lopes, que teve a amabilidade de brindar a este escriba improvisado. O Manel é um forcado que fisicamente me faz lembrar o Pedro Brás Pereira e, igualmente poderoso. Esteve muito bem em frente do toiro e fez uma magnífica pega, à 1ª tentativa, aguentando 2 derrotes mais violentos, com o Grupo a ajudar e a fechar muito bem. Volta e aplausos.

Para o 5º toiro, com 515 kg, saltou para a pega o António Gomes Pereira que de corrida em corrida, vem conquistando o seu lugar no seio do Grupo. Na 1ª tentativa pareceu-me que não recuou o suficiente, tendo suportado 2 derrotes e saindo ao 3º, este mais violento. Recompôs-se e fazendo tudo bem em frente ao toiro, concretiza à 2ª tentativa uma enorme pega com uma magnífica ajuda, plena de técnica, do David Silva. Volta e aplausos merecidos, para ambos. Esta pega foi brindada ao cavaleiro Rui Salvador.

Pelo Grupo de Forcados Amadores da Chamusca, do qual eu fiz parte, antes de ingressar no Grupo de Santarém, foram solistas o cabo Nuno Marques que brindou a sua estupenda pega à 1ª, ao Grupo de Santarém, na primeira vez que connosco alternaram e também Rui Pedro e Diogo Cruz, ambos muito bem e à 1ª tentativa. Quero deixar uma palavra de reconhecimento e incentivo aos Amadores da Chamusca, pelo novo “caminho” que nos últimos tempos vem trilhando, dentro e fora da praça e, também à jovem empresa “Arena Chamusquense”, que em boa hora se lembrou de convidar o Grupo de Santarém para esta corrida e assim, retomar uma tradição.

No jantar que decorreu num ambiente calmo, notou-se especialmente a falta de caras femininas, já que ao contrário do que estamos habituados eram somente quatro, as presentes. Esperemos que o Gonçalo Veloso e o João Góis da próxima vez que pegarmos na Chamusca, já consigam levar as “suas Chamusquenses” para assim ajudarem a colmatar esta falha.

Não quero deixar de realçar a quantidade de antigos forcados e amigos do Grupo, que disseram presente e responderam à chamada, para esta jornada: Gonçalo Sepúlveda, António Narciso, António Rhodes Sérgio, Manuel Inez, Francisco Gameiro (olhó  careca), Rui Coelho e ” sus muchachos”, Pedro Infante da Câmara, Pedro Mascarenhas, Luís Gameiro, Manuel e Paula Góis, José Carrilho, António Cachado e vimos também Carlos Empis, Peu Torres, Francisco Sepúlveda, Nico Mexia, Vasco Fernandes, Henrique Soares Cruz, J.P. e Cláudia Seixas Luís e desculpem se omiti alguém, mas com seguidores deste calibre e todos os que não puderam estar presentes, bem que podíamos adoptar o lema dos adeptos do Liverpool, “Grupo de Santarém – you will never walk alone”.

Pelo Grupo de Santarém,

Venha vinho, venha vinho, venha vinho,

Um abraço,

Nuno Varandas

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