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Em Santarém defendemos a Festa

A nossa cidade foi palco de uma grande jornada de defesa da Festa neste fim de semana de 23 e 24 de Outubro.

Não pode deixar de ser motivo de orgulho para o nosso Grupo que Santarém tenha sido a terra onde nos últimos anos se realizaram os mais destacados acontecimentos de promoção e defesa desta Festa Brava que amamos: As Feiras do Toiro, estas motivo de especial orgulho por terem sido organizadas por elementos do Grupo de Santarém, e agora estes Festivais em Defesa da Festa, cujo principal promotor é Presidente da Câmara desta nossa cidade.

Se muitas vezes Santarém é acusada de ser uma terra “parada” a verdade é que em termos da promoção e defesa da Festa brava Santarém tem estado em primeiro plano e isso é motivo de regozijo para nós que somos do Grupo de Santarém.

A participação do nosso Grupo, em praça, nesta Jornada cingiu-se à pega de dois toiros. Foi importante que muitos Grupos participassem, porque o que importava era ter toda a Festa em Santarém, pelo que é de elogiar que o Grupo de Santarém, mesmo jogando em casa, tenha tido a simplicidade de querer ser apenas mais um participante e até de ter aberto a excepção, reservada para ocasiões especiais, de partilhar cartel com mais 2 Grupos.

Não me quero alongar neste texto pelo que o vou limitar a 4 pontos que não queria deixar de partilhar convosco:

1)      Tivemos a sorte de nos tocarem dois toiros sérios o que deu muita importância ao que foi feito dentro de Praça. Não há nada de mais humano do que desejar que nos toquem as babosas mas a verdade é que as grande pegas se fazem diante dos toiros que colocam dificuldades e provocam emoção. Um grande Grupo de Forcados não é o que lamenta as dificuldades dos toiros mas sim aquele que se impõe diante delas e apesar delas.

2)      Como nunca fui capaz de o fazer tenho pelos cernelheiros um respeito e uma admiração muito grandes.
O que o Ricardo Tavares fez não está ao alcance de todos os Forcados. Ao Ricardo já todos vimos grandes pegas de cernelha e também já vimos momentos menos decididos. O que ainda não tínhamos visto era o Ricardo, após não conseguir pegar de cernelha, arrancar decidido direito ao barrete, mete-lo na cabeça e pôr-se diante do toiro para o pegar de caras. São muito poucos os Forcados capazes de fazer isto e ainda menos os que o fariam diante de um Infante com muito poder e que foi muito manso.
Grande decisão do Ricardo e grande pega, indo buscar o toiro dentro dos cabrestos e agarrando-se com firmeza numa viagem que foi comprida e dura.
Extraordinária ajuda do Manuel Lopo de Carvalho, provando que não é preciso ser experiente para dar grandes ajudas e que a dar terceiras também se pegam os toiros.

3)      A pega do Luis Sepúlveda foi impecável. Penso que após esta época já é tempo de deixarmos de tratar o Luis Sepúlveda por Luisinho. Proponho que façamos o mesmo em relação ao Jorginho (pode passar a Jorge embora se chame António) e também em relação ao Xiquinho do Império. Todos estes Forcados e muitos outros, que são jovens mas já mostraram amiudadas vezes o seu valor, merecem que todos nós os olhemos não como putos (cujos nomes até acabam em “inho”) mas como Homens. Esse será o primeiro passo para que eles percebam que além de esperarmos que eles se ponham diante dos toiros com coragem, como se põem, também esperamos que se ponham com brilhantismo para que triunfem e coloquem o Grupo de Santarém no seu lugar, que é sempre na luta pelo Titulo.
Nota especial para a extraordinária ajuda do Nelson. O Nelson Ramalho é um primeiro-ajuda ao nível dos melhores de sempre mas mais do que a sua capacidade e intuição o que eu lhe gabo é a sua entrega. O Nelson nunca deixa nada por dar e já o faz há muitos anos. É um exemplo para todos.

4)      No jantar desta última actuação da época o Peu anunciou a sua despedida como Forcado activo.
Creio que a afición se lembrará do Joaquim Pedro Sepúlveda Torres como forcado pela sua valentia e estoicismo e talvez se venha a recordar mais das grandes sovas que levou, levantando-se sempre para mais uma tentativa, do que pelas pegas brilhantes que também fez, em especial nesta fase mais madura da sua carreira.
No entanto para todos nós Grupo de Santarém o Peu é muito mais do que um Forcado valente.
Para qualquer um de nós que viveu um Grupo de Forcados com sentido de pertença e como algo que é muito mais do que um molho de jovens que pegam toiros em conjunto, o Peu é um verdadeiro exemplo do que é ser um Grande Forcado.
Para aqueles que hoje iniciam a sua vida de Forcados no nosso Grupo e para aqueles a quem ainda faltam muitos anos para sair creio que o Peu deve servir  como referência:
- Referência como Forcado, porque fez da disponibilidade a sua principal qualidade, estando sempre, e durante muitas épocas, ao serviço do seu Cabo e do seu Grupo para o que desse e viesse;
- Referência de entrega ao Grupo, estando sempre presente e mantendo a sua participação activa e comprometida desde que entrou para o Grupo do Futuro até à despedida, nunca deixando que as muitas outras coisas que entretanto viveu servissem de desculpa para diminuir esta sua participação e entrega, que não se cingiu à parte dentro da praça mas também a todas as outras coisas que o Grupo precisa fora dela;
- Referência como estudante, uma vez que o Peu nunca deixando de viver a vida intensamente foi ao mesmo tempo um excelente aluno;
- Referência como profissional, pois é com orgulho que nós sabemos que é um advogado de qualidades muito apreciadas e reconhecidas e que trabalhando, desde que se formou, numa grande firma, assumindo todas as responsabilidades que isso acarreta, nunca se serviu disso como desculpa para deixar de ser um elemento do Grupo com igual ou até maior nível de entrega;
- Referência como AMIGO, porque o Peu é um verdadeiro amigo: presente, fiel, sempre pronto para partilhar os bons e os maus momentos;

Passou mais um ano. Já são 95. Todos seguidos, sem interregnos, passando de geração em geração esta jaqueta que o esforço de muitos tornou gloriosa.

Foi um ano difícil, duro, cheio de lesões chatas, com falta de sorte e às vezes com falta de jeito, falta de concentração, falta de ânimo. No entanto, a história ensina que estes são anos criadores!

Para o ano, com os recuperados das lesões, com a experiência de mais um ano da malta nova, com a entrega e os ensinamentos daqueles que já carregam umas quantas épocas, com a ilusão que sempre vejo no nosso Cabo e com o desejo, que tem de existir em cada um, de ser um grande Forcado e de assim levar o nosso Grupo à glória, tenho a certeza que vamos ver o GFAS fazer uma grande época!

Um abraço a todos, deste que todos os dias agradece por vos pertencer,

Diogo Palha

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