Na segunda corrida da Feira de Santarém, a atenção dos aficionados estava centrada nos toiros anunciados do Dr. António Silva, provenientes de Coruche e que estavam anunciados como enormíssimos. A corrida saiu efectivamente bem apresentada (com média de 550 Kgs), mas não tendo as qualidades que o ganadero certamente pretendia, pelo que os cavaleiros intervenientes tiveram na sua generalidade lides complicadas e de pouco brilhantismo. Quanto ao Grupo de Santarém, foi desafiado a pegar sozinho esta corrida, o que hoje em dia é uma raridade. Acho que os empresários deveriam recorrer mais frequentemente a esta versão, pois em tempos de crise há talvez que voltar às origens e copiar modelos que tiveram sucesso em outros tempos. Recordo o ano de celebração dos 75 anos do GFAS em que quase metade das corridas (julgo que 13) foram de 6 toiros. O público gosta de ver desafios destes em que salta à vista se um grupo de forcados é sólido e com vários recursos, ou se são apenas 4 ou 5 bons forcados, no meio de “outros” elementos. Por este motivo, e por ser na praça mais importante para nós, era efectivamente uma corrida de compromisso para o Grupo de Santarém. Quem esteve na corrida poderá estranhar o título que dei a estas linhas, mas por várias razões senti neste dia que a praça de Santarém, embora estivessem sentados nas bancadas menos de meia de praça, esteve cheia...de emoções. Foram para quem acompanhou o Grupo neste dia, vários os sentimentos extraordinários que vivemos. Começando pela expectativa que a corrida trazia, foi também um sentimento de regresso a casa, estar mais uma vez com antigos forcados vindos de vários pontos do país (não lhes chamo propositadamente antigos elementos, pois é coisa que não existe no nosso Grupo). Foi com eles um dia que passou a correr, pelo agradável que foi estarmos juntos na casa da Luísa e do Peu Torres onde o Grupo se fardou, na corrida, e a acompanhar o jantar no Vargas, onde a família do Manuel Vargas com grande amizade e simplicidade nos faz, já desde à muitos anos, sentir em casa. O Grupo saiu com razão satisfeito da praça Celestino Graça, lamentando-se alguns dos forcados que ajudam, que em 2 ou 3 toiros não tivessem tido “mais trabalho” para poder mostrar a sua voluntariedade e qualidades, e alguns forcados de cara e cernelha por não terem tido toiros para eles... Esta alegria, terá sido naturalmente maior no nosso cabo Diogo, que desta forma terá conseguido amenizar a pena de não poder ter tido a jaqueta nos seus ombros, o que para quem está de fora não é tão importante, pois vemos o Grupo actual como um todo em que o Diogo, fardado ou não, é o seu coração. Como comentador de bancada não dou quando sou “entalado” para escrever, opiniões sobre o que cada forcado fez, embora troque pontualmente opiniões com alguns deles, aprendendo ambos nessas alturas. O único comentário que deixo é generalista, dizendo que estamos felizes por o Grupo reagir às contrariedades dentro e fora de praça como o João Brito (Pauleta) o fez após a 1ª tentativa à “contrariedade” da tarde. A sua calma, mas ao mesmo tempo decisão mostrou a quem estava presente, que o toiro estava pegado. Houve quatro pegas à 1ª tentativa (António Grave de Jesus, Luís Sepúlveda, João Torres e António Inaginário) e duas à 2ª tentativa (João Goes e João Brito). Os elementos mais novos têm sido inteligentes, e creio que estão a aproveitar a 100% a convivência com os forcados actuais mais velhos, que com a sua experiência e conhecimento do que os fez crescer no Grupo, têm passado lindamente os valores que outros também lhes transmitiram a seu tempo. É sempre difícil, como todas as coisas que têm importância, conseguir ser uma pedra base do Grupo de Santarém, mas é visível que os actuais elementos do Grupo do Futuro sabem que vale mesmo a pena lutarem por esse objectivo ! A praça também esteve cheia de emoções nos brindes efectuados que sempre foram no Grupo, não um pormenor banal mas, uma oportunidade de mostrar quem nos toca de uma forma especial. Começando pelo brinde à praça, que é talvez o mais importante. Brindar ao público de Santarém é formalizar o compromisso de representar dignamente o nome da nossa cidade e que há 96 anos faz parte integrante do no nosso nome. Também história do nosso Grupo é quem já fez muito por ele no passado, pelo que os brindes aos antigos forcados foram tocantes. O pequeno/grande forcado actual, António Imaginário pediu para brindar ao seu primo João Canavarro o que foi especial, pois percebemos a importância que este gesto teve para os dois. O brinde ao Gonçalo Veloso (que tirou neste dia com distinção a prova de bandarilheiro) foi imediatamente ovacionada de uma forma tocante pelo público, pois está ainda bem viva na memória de todos, os momentos especiais que nos deu em corridas como esta, fardado pelo GFAS. Passando ao presente e futuro do Grupo, estiveram os brindes à nossa Madrinha, que é uma presença fiel e da maior importância, e ao Diogo Sepúlveda num brinde sentido, feito pelo seu primo Luís em nome de todo o Grupo (em que os retirados se incluem). Um grande abraço a todos e parabéns ao Grupo, estamos desejosos de no dia 25 de Junho voltar de novo “a casa”... Filipe Sepúlveda http://joaosilva.smugmug.com/Temporada2011-1/Santarém-12-Junho/17541672_RKP38m#1336192058_fBCw5fR http://www.naturales-tauromaquia.com/fotos/santaremdomingo/ http://www.tauromania.pt/noticias_detail_gallery.php?typ=reportagens&aID=6380 |