1º Tércio – O Fardamento
Começou bem esta nossa jornada que tinha uma importância acrescida por ser na praça da nossa terra, com um curro de Toiros que pedia respeito pelo seu peso e por ser uma corrida que assinalava a irrepreensível vontade do povo português em dizer SIM à festa brava, SIM ao toiro bravo e SIM à tradição e à cultura Portuguesa. Começo já por agradecer à nossa querida 1ª dama Inês e ao nosso cabo, a forma como nos receberam na sua casa, que segundo percebi, foi uma espécie de inauguração da “finca” dos Sepúlvedas no centro histórico de Santarém. Com um “ambientaço” proporcionado pela Inês, com muitos “menos novos” a aparecerem e com a canalha a preparar-se para a corrida. Inês e Diogo, parabéns pela casa. 2º Tércio – A corrida
Meia casa na praça da nossa terra quer dizer que pelo menos tinha 6.500 pessoas a assistirem à corrida, o que representa uma praça cheia em todas as outras praças do país. Portanto podemos dizer que o público respondeu à chamada. Não vou alongar-me com pormenores técnicos uma vez que não sou a melhor pessoa para isso. Mas gostava de vos tentar transmitir o que senti lá em baixo com o nosso grupo: Os toiros de Benites-Cubero Pallarés tinham peso e tamanho para nos porem em “sentido”. Com 5 anos e quase todos na ordem dos 600Kg, vieram sempre pelo seu caminho, com pata e a proporcionarem umas pegas bonitas, com viagens compridas e vistosas. A rapaziada está numa forma impressionante. Deu-me até alguma nostalgia e vontade de voltar. Se bem que agora podia voltar à vontade, porque com o grupo que temos e na forma em que estão, de certeza que não tinha lugar neste “grupo maravilha” e sempre ia estando com eles mais vezes sem ter que ir lá dentro. O Diogo confiou a abertura da praça ao Luis Sepulveda. Com muita calma e “toreria”, mandou vir o comboio de meia praça quando quis. O toiro arranca-se à carga e o Luis recua um disparate com ele para depois se reunir na perfeição. O grupo ajudou todo bem, numa praça em que é fácil não ajudar, devido ao tamanho da arena e onde os ajudas perdem facilmente o seu sítio. Apenas destacar a 1º ajuda do Nelson, que faz parecer fácil dar 1ªs e uma 2ª do Zé Fialho a chegar ao forcado da cara exactamente no segundo em que podia ter “ complicado a coisa”. Para o 2º da noite foi chamado o António Grave Jesus. O António é um dos forcados de confiança do nosso Grupo e com mais experiência. Fez tudo bem a citar e na cara do toiro, até à altura da reunião em que se “distraiu” com um joelho e o “cinqueño” não lhe perdoou. Fez uma 2º tentativa melhor mas o grupo teve vontade de mais a ajudar e deixaram o toiro meter a cara no chão com o grupo todo a ficar lá. Pegou o toiro à quinta já com as ajudas todas “a cavalo”. O João Goes foi para mim uma pega surpresa. Pensava que o João era um forcado que ainda se estava “a fazer” e com alguma inexperiência mas foi pegar o 3º do GFAS como se fosse um forcado com 100 toiros pegados. Fez tudo bem com uma calma e saber impressionantes. Bem Goes! Mais uma vez uma pega bonita e vistosa com o toiro a fazer uma bela viagem com o grupo a ajudar outra vez com coesão e como o toiro precisava de ser ajudado. Para fechar com chave de ouro, mais um pegão do nosso grupo, desta vez com o João Torres prá cara do toiro. O Torres esteve à altura do que lhe foi pedido. Também com muita calma, podia ter carregado um bocadinho mais tarde mas o toiro arrancou-se cheio de pata e o João fez o que tinha a fazer, sem complicar, e com o grupo mais uma vez a ajudar coeso e como deve ser. Mais uma pega vistosa e o João Torres e o resto da rapaziada não podiam ter acabado melhor a noite. Diogo, levas o nosso Grupo em direcção ao centenário numa forma física e psicológica e com um ambiente impressionantes. Os nossos cabos foram sempre grandes Homens, grandes condutores de Homens e grandes Forcados. E tu és outro.
3º Tércio – O Jantar
Se até aqui estava a correr tudo excepcionalmente, o 3º tércio foi o que levou o público a pedir o indulto. Jantámos na nossa “sede”, o Vargas, como manda a tradição. Não quero deixar de dar aqui, em nome do Grupo de Santarém, um abraço enorme à Ana Vargas que foi incansável, como sempre, mas desta vez com destaque para o jantar, ceia, pequeno-almoço e almoço. 12 horas de cavaqueira e boa disposição com a Ana a receber-nos e a tratar-nos de uma maneira espetacular. E ao Manel Vargas que apareceu entretanto para dar 1ªs à Ana. O Jantar teve a particularidade de ter presente três figuras da nossa tauromaquia, duas com alternativas recentes, o Tomás Pinto e o Gonçalo Veloso e o Nuno Vinhais, cabo do Grupo das Caldas da Rainha, grupo onde temos grandes amigos e terra de forcados distintíssimos do nosso grupo como os Gamas e o Kaloca entre outros. Gostava apenas de destacar a prestação do nosso cavaleiro de alternativa que está com o nosso grupo como quem está em casa. Olé Tomás! Muitos discursos, alguns emocionados, cantorias e umas canhas a acompanhar, fomos ficando até ao pequeno-almoço, altura em que retomaram a jornada o Tio Peu, o Nuno Sepulveda e a sua família que foram tomar o “piqueno” connosco e o Peuzinho que ainda passou lá a caminho do aniversário da nossa “forcada” Inês Castanheira Empis – “Paquita”. A meio da manhã, o Tio Peu inaugurou a renovação das fotografias da nossa “sede”, e foi descerrada uma foto do Grupo actual e que representa bem a forma e saúde em que o GFAS se encontra, na parede frontal da sala de jantar. Não a descrevo porque têm todos de lá ir ver. Bem Tio Peu! Não podíamos ter terminado melhor esta jornada. Na quinta-feira temos mais uma corrida e o GFAS vai estar lá em peso. É o GFAS a caminho do centenário. Pelo Grupo de Santarém, venha Vinho! Diogo Durão |