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Voltámos a Idanha-a-Nova!

No dia 13 de Agosto houve Corrida de Toiros em Idanha-a-Nova, berço da família Graciosa, da qual tenho orgulho em fazer parte. Aqui nasce também essa tão afamada água, que enrijece o corpo de quem a bebe e o torna inquebrável, capaz de realizar façanhas sobre humanas.

A pretexto do espectáculo divulgava-se a “Perdiz de Escabeche”, prato típico desta zona raiana, que se candidata a ser uma das sete maravilhas da gastronomia Nacional.

O cartel era constituído pelos cavaleiros Rui Salvador, Sónia Matias e Gonçalo Fernandes, os toiros, inicialmente da Ganadaria Lopes Branco, foram, por questões aparentemente logísticas (dificuldade de os fechar e carregar), do ferro Cunhal Patrício. Saíram bem apresentados, com pesos a rondar os 500 e picos quilos, e a pedir contas á rapaziada do GFAS que se “apeitou” com todos os 6.

A praça estava bem composta com ¾ de casa e uma assistência vibrante como é costume nestas vilas aficionadas onde a festa é um dos principais motivos para se ir aos toiros.

Durante a corrida foi feita uma simpática homenagem á minha avó. Como deve ter ficado contente…ela que tanto gostava deste ambiente taurino e sempre falava das entradas de toiros a que assistia quando era miúda, empoleirada numa árvore. Em Idanha foi também onde viveu durante um longo período da sua vida, desde que se casou, até que se mudaram para Anadia, para a Quinta da Graciosa. Aqui foram criados os Graciosinhas, alguns deles também forcados do nosso Grupo.

Os comentários às pegas serão breves, pois a minha memória e capacidade analítica não são grande coisa e já foram feitos no jantar que se seguiu.

O primeiro da noite foi pegado pelo experiente Gravezinho, de forma limpa, á primeira tentativa. O António é um forcado de mão cheia e, como tal, não deixou os seus créditos em mãos alheias.

O António Gomes Pereira pegou o segundo á terceira tentativa, a revelar alguma baixa de forma física, mas a mostrar valentia e vontade de superar essa fase menos boa.

Ao Joãozinho Torres calhou o terceiro do lote. Esteve correcto á sua frente e “arrancou” uma boa pega ao primeiro intento. 

À cara do quarto foi outro João, mas desta Goes. Também ele, mostrou a boa forma em que se encontra e pegou-o à primeira. 

Como manda a tradição do nosso Grupo, um dos toiros haveria de “ir para a volta”. A quinta pega foi concretizada pelo Zé Carrilho e David Romão á segunda após uma tentativa frustrada. De realçar a boa performance dos campinos e jogo de cabrestos, peças tão fundamentais deste tipo de pega.

Por último, o Ricardo Francisco fez uma boa pega, ao primeiro intento.

O grupo esteve coeso e muito eficaz a ajudar em todas as pegas, conforme os “Cunhal Patrício” exigiam, a demonstrar mais uma vez a excelente forma que atravessa.

Mais uma vez tive a oportunidade de acompanhar a corrida de dentro da trincheira, junto da rapaziada, o que, não sendo o mesmo que envergar a jaqueta das ramagens, nos faz sentir mais próximo de todas as emoções que lá se passam. A tensão, o nervosismo e as palavras de motivação antes da pega, o sentimento do dever bem cumprido ou a desilusão de quem poderia ter feito melhor, no final.

Como não podia deixar de ser o jantar foi animadíssimo. Os leitões, importados directamente da Bairrada, esperavam-nos ansiosamente. Foi uma das noites agradáveis de que me lembro. Noite quente de Verão, Lua cheia, bom ambiente. Discursou-se bem e com emoção, cantou-se afinado e em vários estilos (pelo que tenho acompanhado o nível melhora de ano para ano) e bebeu-se ainda melhor (também em estilos diferentes). O jantar prolongou-se por toda a manhã, houve cavalaria pelo meio com direito a plantação de “pessegueiros”. Para os mais resistentes acabou por volta das 8 da noite, no centro da Idanha, porque no dia seguinte havia novamente responsabilidades nas Caldas da Rainha. Não fora esse o caso e ainda lá estaríamos certamente.

Aproveito para agradecer aos meus tios Ana Maria e Pedro a forma como o Grupo foi recebido no Valongo.

Vote na PERDIZ DE ESCABECHE – 760 302 718

Pelo Grupo de Santarém…

Venha Vinho!!

Um abraço.

José Maria Côrte-Real

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