No passado dia 18 de Dezembro, morreu um dos maiores amigos do nosso Grupo, Vitor Rosário da Silva, mais conhecido como o inesquecível Vitor "Palito". Para além de uma verdadeira instituição da cidade de Santarém e um ribatejano como não existem muitos, era uma "enciclopédia viva" do Grupo de Forcados Amadores de Santarém, o seu maior sofredor e acompanhante há largas dezenas de anos. Se alguns dos mais novos não conheciam esta autêntica Figura, tal devia-se apenas à sua discrição e simplicidade, principalmente nos últimos anos: sempre presente, mas sem nunca impor a sua presença. No entanto, era um verdadeiro privilégio falar de toiros com o Vitor Palito, o que invariavelmente conduzia a histórias e corridas do Grupo de Santarém nos anos 60 e 70, que ele contava com um entusiasmo contagiante. Devidamente autorizados pelo Tancredo Pedroso (pai), transcrevemos o email que enviou ao Diogo Sepúlveda no passado dia 19 de Dezembro: "Caro Diogo,
Estive à pouco com o Licas Mascarenhas no enterro de um grande amigo do Grupo. Lá encontrei o Carlos Empis que me disse que ontem à noite na capela da casa mortuária o Grupo esteve bem representado por gente nova, elementos do Grupo actual. Ainda bem.
Sabes? O Vitor que tinha a idade do José Manuel Barreiros, 73, na época dos 70 foi um dos líderes de um grupo de "tiffosi" genuínos do nosso Grupo.
Penso que em pouquíssimas épocas houve um grupo de seguidores tão genuíno como aquele. Aquilo, segundo sei já, vinha de trás do tempo de Rhodes Sergio. Era amigo e conterrâneo de muitos e começou a acampar com eles em muitas das digressões que faziam.
Como muito poucos, sabia de grandes e pequenas histórias do Grupo que fazia sempre questão de as ir repetindo aos mais novos. Elementos do meu tempo e oriundos da própria cidade de Santarém, como por exemplo: O Luís Gameiro (pai), o Mário Brilhante, os Mascarenhas, alguns dos Sepúlvedas, o Carlos Empis e o Peu poderão atestar com histórias e muito melhor do que eu o que aquele grupo de amigos representou para nós naquela altura. Foi formidável e são na verdade coisas que não se esquecem. Onde quer que fôssemos pegar, eles lá estavam. De norte a sul do país, nos sítios onde menos eram esperados e normalmente já lá estavam à espera que chegasse a nossa caravana. As palavras de conforto e as brincadeiras que nos dirigiam sempre nos caíram muito a propósito. Chegavam mesmo a fazerem-nos falta quando por qualquer razão não podiam ir.
Um grande amigo e um daqueles forcados formidáveis que felizmente o Grupo sempre teve, apesar de nunca ter pegado um toiro.
Pelo Vitor Rosário da Silva "Vitor Palito", venha vinho!
Tancredo Pedroso"
(Vejam também o artigo d'O Mirante sobre o Vitor: http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=527&id=79770&idSeccao=8742&Action=noticia.)
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