Apesar de não ter privado muito de perto com o Nuno, nem ter sido “companheira” da jaqueta das ramagens, apercebi-me, que algo existia no Nuno que o tornavam uma referência, não só no mundo da forcadagem, como também entre os amigos. Ainda não era madrinha do Grupo e já o admirava como forcado. Vi-o fazer pegas espetaculares, quer de caras, quer de cernelha. As que mais me emocionaram, foi uma em Lisboa na corrida dos Comandos, em que o Nuno fez “várias” pegas de cernelha a um toiro Infante, acabando por pegá-lo de caras, numa apoteose delirante em que o público de pé o ovacionou incessantemente. A praça do Campo Pequeno rendeu-lhe, nessa noite, uma grande homenagem, e teve direito a título no Jornal – “A pega de Nuno Megre foi monumento ao forcado”. A outra foi na despedida do seu grande amigo e Cabo do Grupo, Carlos Grave, em que o Nuno, já retirado, efetuou a melhor pega da tarde! Mas este grande forcado é também um grande Homem, que nunca mostrou vaidade, pelo contrário, nunca quis protagonismo e fica reservado mesmo quando o elogiam. Sente um grande orgulho pelo seu Grupo de Santarém, e é legítimo, e pelos laços de amizade que criou, mas o facto de ser uma referência no Grupo, não o envaidece e nunca se vangloriou por isso.
A sua vaidade vai certamente para a sua família, para os seus muitos netos, que lhe devem dar muito orgulho e muita alegria. Para rematar, não posso deixar de referir o quão feliz todos devemos estar, por termos este Homem como amigo e por ele ter feito parte do nosso querido Grupo de Forcados Amadores de Santarém, honrando-o e dignificando-o. A Madrinha do Grupo Nuno, Domingos, Zé e Pedro Megre nos 75 anos do Grupo de Santarém Évora, 1972 |