Introdução: Mate é uma expressão muito usada na Austrália que significa companheiro, apesar de ter um significado mais informal, neste país, pois é utilizada com muita frequência. Foi nesse país que eu passei os últimos quatro meses, a fazer um estágio de vindima. A decisão de sair uma temporada para outro país é sempre uma decisão delicada, pois obriga-nos a fazer um balanço. Em todas as decisões que tomamos na nossa vida temos de aceitar perder algumas coisas, para ganhar outras, nunca podemos ganhar tudo. Quando decidi ir para a Austrália aceitei ganhar a experiência profissional e cultural de viver e trabalhar num país diferente, bem como a aventura que tudo isso envolve. Do outro lado da balança fui obrigado a aceitar “perder” temporáriamente a minha família e os meus amigos nos quais o Grupo de Santarém ocupa, hoje em dia, um lugar muito especial. Por um lado é verdade que perdemos, por uns tempos, a oportunidade de conviver com uma série de pessoas que nos são tão importantes, que por vezes a sua ausência parece que rouba algum sentido às nossas vidas. Por outro lado essa falta obriga-nos a crescer e sem dúvida que nos faz valorizar todas essas relações. Foi isso mesmo que aconteceu comigo relativamente ao Grupo de Santarém, pois durante esta temporada que me ausentei posso dizer seguro, que não houve um único dia em que eu não parasse algum momento para pensar no nosso Grupo. Não digo isto apenas por todos os dias levar roupa com a marca do GFAS para o trabalho, mas porque na minha ainda curta passagem pelo Grupo de Santarém já vivi momentos e criei laços tão fortes que me hão de acompanhar o resto da vida. A língua inglesa, que fui obrigado a aprender para efeitos de comunicação neste país, é considerada uma lígua universal, uma vez que teve origem em palavras derivadas de várias línguas. Um exemplo disso mesmo é a palavra inglesa marmelade, que teve origem na palavra portuguesa marmelo. Após esta introdução escrita de uma forma um pouco mais séria, pois não a sabia escrever de outra forma, vou tentar narrar o melhor possível e numa atitude mais descontraída, as emoções vividas ontem na corrida em Santarém utilizando, pontualmente, algumas expressões nessa língua. Desenvolvimento: Não era aquela tarde típica de Junho aquela que S. Pedro reservou para a primeira corrida da nossa feira, o que na minha opinião até foi positivo, pois em vez daquele sol abrasador, teve uma tarde com temperatura amena. O que é pena é que quem lá esteve de certeza que sentiu saudades daquelas feiras em que, não há muito tempo, vimos a Celestino Graça completamente a abarrotar, mas isso é outro tema, pois o objectivo desta crónica não é, de maneira nehuma, falar de crise. A corrida era marcada por ser a Alternativa do Cavaleiro Mateus Prieto, que partilhou cartel com mais cinco cavaleiros que foram Joaquim Bastinhas (Padrinho de Alternativa), Luís Rouxinol, Sónia Matias, Filipe Gonçalves e Duarte Pinto, que tiveram pela frente um bonito e bravo curro Veiga. Aproveito para desejar as maiores felecidades ao Mateus na sua carreira de Cavaleiro Tauromáquico. No que diz respeito às pegas do nosso Grupo não vou entrar em grandes pormenores técnicos, devido à minha bastante curta carreira de forcado amador, mas vou tentar expressar aquilo que senti. Para abrir a feira o nosso mate/coach Diogo chegou-se à frente para fazer mais uma grande pega, a juntar às muitas que o temos visto fazer. Cada vez dou mais valor às oportunidades que tenho de ver o Diogo pegar, pois desde que entra em praça até sair é uma fonte de inspiração, pois dá sempre uma grande lição desta arte que é pegar toiros. O que me passou pela cabeça no final da pega foi: Mate I would love to have your skills one day. Aquilo que estou convencido que passou pela cabeça da maioria dos espectadores, que não estão directamente relacionados com esta arte foi: Too easy mate! Parece fácil… Para o terceiro da tarde o Diogo escolheu o seu primo e nosso mate Luís Sepúlveda. Na primeira tentativa as coisas não correram da melhor forma ao Luís, não tendo conseguido reunir com o toiro. Come on mate that’s not your best! E assim foi! O Luís, encastado, partiu para a sua segunda tentativa, em que após uma boa reunião ficou fechado na cara do toiro, brindado-nos com uma boa pega. A fechar a actuação do Grupo o Diogo deu o toiro ao meu primo e nosso mate António Grave de Jesus. O António com toda a tranquilidade fez uma boa pega à primeira tentativa, onde teve a oportunidade de desfrutar aquele momento abraçado ao toiro, dado o animal ter achado por bem voltar para trás, fugindo aos ajudas. Mais uma vez a sensação que ficou nas bancadas não pode ter sido outra senão: Too easy mate! O Grupo de Alcochete, a quem aproveito para desejar uma época com tudo pelo melhor, realizou três pegas à primeira tentativa. Em jeitos de conclusão: Resta-me agradecer, em nome do Grupo, ao João Pedro Seixas Luís (JP, também conhecido como rubber man, em algumas das canções do GFAS) e à sua mulher Cláudia por mais uma vez nos disponibilizarem a sua casa para o Grupo se fardar, hábito que já se vai tornando tradição. Esta edição 2013 sofreu um upgrade, com direito a uma bela jantarada no final da corrida. Cheers mate! Quem esteve presente na corrida já pôde notar a presença de uma ou outra cara nova. Sem querer de maneira alguma desvalorizar todas as caras que marcam neste momento a geração do Grupo de Santarém e que tanta alegria trazem aos seus apoiantes, desafio o leitor a acompanhar-nos ao longo desta 98ª época, onde tudo indica haver umas quantas surpresas a serem reveladas, a seu tempo. Para tal não perca as cenas dos próximos capítulos, com o próximo evento já no dia 14 às 22:00 horas, também na Monumental Celestino Graça, apareça! Pelo Grupo de Santarém, Venha Vinho! João Grave |