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Noite Fria e corrida Fria

Uma noite fria numa praça gelada com um ambiente .... bem, ambiente não havia quase nenhum porque a afluência foi talvez de 1 sector forte.

Realizar uma corrida na feira do Ribatejo à noite já é um erro, então a uma sexta-feira ainda maior. Poderia se inventar um cartel mais atraente, mas em Santarém sexta à noite não é dia de corrida.

Quanto ao concurso é sempre bom pegar toiros de ganadarias amigas. O toiro de Paulino na concepção de um toiro moderno (errada na minha opinião) saiu pequeno, anunciado com 500 kg e sinceramente não sei se lá chegava, mas tinha alegria, era pronto e demonstrava alguma qualidade para uma lide a cavalo.

Quanto ao Prudêncio, sério, manso e reservado. O Núncio carregava por traz do cavalo mas pela frente não se queria chegar perto. O Infante embora tenha ganho o prémio devia ter um “problema de coluna” porque nunca humilhou e gostava de andar com a cara em cima. Este toiro tinha umas condições de lide ainda assim aceitáveis e transmitia emoção. O Veiga de bravo só tinha a raça, o 1º “capotázo” deste toiro era caso de estudo. Já devem ter ouvido falar que “um toiro frenava na investida”, pois este parava a meio da investida. E assim foi no 1º capotázo parou literalmente a meio do lance. Por fim o Sommer encastado mas sem brio.

Quanto aos toureiros mais uma vez o Furacão brilhou. Sem lhe retirar o mérito, a vida foi facilitada pelos seus colegas. Ao Moura Caetano é certo que saiu o pior lote mas tem que mostrar mais, tem que arriscar, tem que pelo menos entrar para os toiros como o a partir do tempo do Mestre João Núncio se fazia, ou seja de frente, de verdade para nos emocionar pois é para isso que se paga o bilhete. O Bastinhas mais novo idem, por vezes fazia lembrar os rejeonadores antes de entrar a matar andando à roda fazendo o carrocel.

Quanto à parte que mais nos interessa: uma felicitação especial ao João Goes que pegou o 1º da corrida de uma forma muito correcta num toiro fácil mas vindo de uma lesão complicada nunca é fácil, se é que se pode chamar pegar toiros fácil, é um jogo de emoções complexas o que torna a tarefa de um tamanho gigante, e João foste gigante.

Quanto ao Henrique Ferreira (de Tomar) não seguiu nenhum exemplo dos seus conterrâneos antigos. Não pegou à 1º como o Zé Maria pegava, pegou à quarta como Afonso muita vez pegava, mas este último crescia para os toiros, ia para guerra com querer, com vontade e isso transmitia-se. Nas bancadas não transpareceu nada disso, ou seja, faltou cresceu mais para o toiro quando era necessário crescer. Há muito para aprender mas lá chegará.

O meu primo Jorginho (ou Binho que “querido?!!”) não esteve à altura do que ele se exige a ele próprio e que nós lhe exigimos. Os ajudas estiveram como ele, sem brilho e sem ajudar numa das tentativas. À quarta tentativa diz-se que não se pega, agarra-se resolve-se a situação e rápido. Pois nesse particular o cite na última tentativa foi feito templado de cá de trás e com pouca tenacidade. Mesmo ao contrário do que deve ser feito.

Uma grande pega fez o João Torres. Enorme a frente do toiro e fazer as coisas simples o que torna as bem feitas.

O hino à pega foi feito pelo Pauleta. O que o toiro fez o que ao bandarilheiro como atrás referi, ou seja, arrancou-se com uma arrancada fortíssima, com velocidade, nesse momento o Pauleta teve Grande, com um discernimento enorme aguentou e no momento que recuou o toiro “frenou” ou parou, mediu-o de alto abaixo, marcou e “deu-lhe”. A 1º tentativa teve esta história, mas o que tornou o momento especial foi tranquilidade o controlo do Pauleta do que se passava na arena, sem perder a concentração, sem procurar ninguém na trincheira, sem RGF`s e com classe seguiu para a 2 tentativa. Corrigiu o que tecnicamente tinha que corrigir para resolver o CASO de toiro que ele tinha pela frente. Fê-lo na perfeição, os ajudas redimiram-se do que se tinha passado com o Jorginho e ajudaram de forma precisa com muita atitude e determinação.

Fechou a corrida o Hugo Santana. Mostrou alguma inexperiência como é natural. À segunda tentativa fechou-se como uma lapa, todo enroladinho realizando uma boa pega.

O jantar foi divertido pois o ambiente é e continua óptimo como sempre foi. Acabou cedinho, lá para as 7:00 da manhã.

Teve uns discursos interessantes, como por exemplo do Alexandre Lourenço Marques, onde se tentou transmitir que o Grupo de Santarém é diferente de todos os outros Grupos. Que não basta dizer que somos diferentes, temos que o ser. Temos que em praça ser dignos de ter uma jaqueta do Grupo de Santarém, não chega não voltar a cara ao toiro, temos que nos superar, crescer de tentativa para tentativa com o controlo absoluto da situação, com muita dignidade e classe. Nos pormenores, estarmos bem fardados, sem cortes de cabelos estranhos, sem meias para baixo mal trapilhos, desarranjados. Na educação em praça agindo com respeito e fazendo-se respeitar. Sendo educados e Senhores nos jantares e nos momentos em que estamos juntos, mas sobretudo ser muito unidos amigos uns dos outros.

 

Pelo Grupo de Santarém Venha Vinho!

Venha vinho

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Chico Empis

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