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Parar, Mandar, Aguentar e Templar!

Corrida de Alcochete 15/08/2013

São estes os argumentos que ficaram bem expressos ontem à noite em Alcochete. As antigas citações expressas pelo comentador Rogério Palma Fialho, (Como citou! Como carregou! Como recuou! E como se Fechou!) aquando da Corrida Real no Campo Pequeno em 1995, em que o Grupo se encerrou com 6 Toiros De Maria Guiomar Cortes Moura, e que foi um êxito enorme do nosso Grupo. Ficaram na maioria dos ouvidos de todos nós, e foi as que me vieram à cabeça com as 4 pegas que o grupo fez em Alcochete.

Vínhamos de 2 corridas um pouco menos “cómodas”, que o Grupo tinha pegado na véspera. Com o grupo dividido, uma à tarde na Amareleja com uns Novilhos Grave de média de 600kg, e uma em Abiúl com uns Romão Tenório também com média de 600kg, e que deixaram alguma “mossa”, mas nada de preocupante. Pelo que quando nos juntamos na fardamenta na Barroca, em Alcochete, os Abraços de uns e de outros tiveram outro sabor. Parece que vínhamos de 2 frentes de batalha e que não nos víamos há uns anitos…

Desde já aproveito para agradecer à família Lupi mais uma vez por nos receber em sua casa. O ambiente era fantástico, e o “astral” não podia estar melhor.

Quanto à corrida, pegámos toiros de Condensa de Sobral, com pesos entre os 470kg e os 540kg, bem apresentados e no geral a permitiram boas lides e boas pegas. Ao que parece, esta ganadaria nos últimos anos alterou um pouco a sua genética, alterando por isso o comportamento a que nos tinha habituado.

Depois das corridas da véspera como referi, era importante abrir com Chave d`Ouro, e por isso o Diogo, o nosso cabo, decidiu ele mesmo dar o Exemplo, e que exemplo! Tornou fácil um toiro algo reservado, e que se adiantou um pouco durante toda a lide. Calmo e sério no cite, como é seu apanágio, mandou quando quis, recuou pouco porque o touro assim o pedi-a, dobrou-se muito bem e reuniu na perfeição. Fechou-se muito bem de braços e pernas, bem assolapado na cara do toiro, que veio com a cara alta e a fugir um pouco ao grupo, que recuperou em boa hora e ajudou com bastante eficácia já junto às tábuas. Não poderia deixar de referir a grande primeira ajuda do Nelson, oportuna e eficaz. Estava dado o “Mote” para o êxito do grupo…

Para o nosso 2º toiro, o Diogo mandou o veterano António Grave de Jesus, para pegar um dos toiros mais bravos da corrida. Com um brinde bonito à família Lupi, o António esteve bem na frente do toiro, mandou-o vir no momento certo e este arrancou com pata, o António não reuniu na perfeição, penso que se dobrou pouco. O toiro entrou com a cara alta, o António só se conseguiu fechar com um braço, o toiro pisou-o, e só com muita garra e muita vontade, ele se conseguiu fechar como pode, até o grupo fechar, mais uma vez com grande eficácia e com uma boa primeira do Manuel Quintela.

Para o nosso 3º toiro, de 540kg, o Diogo escolheu o João Torres Vaz Freire. Este brindou ao João Moura pelos seus 35 anos de alternativa. O toiro andou bem na lide, com investidas alegres e “suaves”, previa-se que fosse arrancar pronto. O João esteve bem no cite, mostrou-se bem, o toiro arrancou pronto, sem que o João o mandasse vir, mas este aguentou muito bem, reuniu também muito bem e fechou-se ainda melhor, bem coladinho à cara do toiro, que foi magnificamente bem ajudado, por todos, com mais uma boa primeira do Nelson. A pega resultou bastante vistosa, o toiro veio com a cara alta, e mais uma vez o João tornou fácil a tarefa. Parabéns João pela tua evolução ao longo destes anos.

Para o nosso último toiro, o 7º da corrida, também de 540kg, bem rematado, para mim um pouco mais reservado e o mais manso, era mais tardo na investida, mas sem muita maldade. O nosso cabo escolheu a “Pauleta” (João Brito) e fê-lo em boa hora. O Pauleta só nos veio demonstrar a todos mais uma vez o Forcado que é! Foi uma pega de princípio ao fim, sem um único detalhe a apontar. Eu Diria: Como citou! Como mandou! O Pauleta teve a destreza de deixar respirar o toiro, antes do carregar, a saber ao pormenor o que está a fazer. Para reunir na perfeição. Como Reuniu! Foi também pisado durante a viagem, mas muito bem fechado de braços e por isso não saiu. Como se fechou! O Toiro vinha com pata, mas vinha com a cabeça a meia altura, mais chato de ajudar, mas ainda assim uma grande e eficaz primeira ajuda do Manuel Quintela que foi despejado com violência, e do restante grupo que fechou na perfeição!

Grande corrida para o Grupo e grande triunfo, era importante pois já há alguns anos não vínhamos pegar nas festas em Alcochete. Parabéns a todos.

Uma palavra especial ao Filipe Sepúlveda que acompanhou o grupo de perto na trincheira e de alguma forma contribui para a eficácia do Grupo em Praça.

E uma palavra em especial para a Ana Gião Romão, mulher do nosso companheiro David Romão e que hoje fez a primeira corrida como Doutora Veterinária da corrida, os desejos de uma brilhante carreira.

Não podia deixar de agradecer a todos os mais velhos que nos acompanharam nas corridas de Amareleja e de Abiúl, que bastante apoio nos deram nestes dois desafios. É sempre importante a sua presença, ainda para mais em corridas como estas.

Nesta corrida tourearam o João Moura, não entendeu bem o seu 1º toiro, que se adiantava um pouco, mas bem no seu 2º. Rui Salvador, regular nos seus dois oponentes a andar para cima deles. João Maria Branco que andou alegre, ainda que com alguns “toques”, ainda assim aproveitou bem os toiros que lhe calharam em sorte e chegou às bancadas. E por último na lide de um toiro, Jacobo Botero, em bom plano e a chegar com facilidade ao publico.

Pegávamos com o Grupo do Aposento do Barrete Verde de Alcochete, que consumou a primeira pega ao 1º intento, com o forcado da cara sempre pendurado na cara do toiro, mas ainda assim com muita vontade, nunca o largou. A segunda pega foi concretizada à 5ª tentativa, com um forcado (com raça) a dobrar um colega seu. E a terceira pega eficaz ao 1º intento.

Peço desculpa desde já a minha “caligrafia”, e o meu entusiasmo em relação à descrição das pegas, que parece exagerado, mas quem lá teve sabe que não o é. Quando se fazem as coisas bem feitas, com concentração máxima como o nosso cabo sempre refere, e com a vontade e coesão de cada um, as coisas tornam-se simples, brilhantes e fáceis. Parabéns a todos mais uma vez pela Excelente actuação e grande momento!

Um Grande Abraço a todos

E pelo nosso Grupo:

Venha Vinho!

Venha Vinho!

Venha Vinho!

Rui Cabral

 

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