Corrida de S. Manços, essa terra mítica de afición e grandes forcados como Manuel Murteira, Rogério Fialho e o mais recente Zé Fialho, entre outros também de outros grupos, é uma terra de gente rija e aficionada. Tive o prazer de lá pegar e sempre foram corridas muito sérias, como assim foi a do passado sábado, dia 24 de Agosto, à qual fui ver o nosso grupo e o Diogo me convidou para assistir na trincheira. Obrigado Diogo, foi muito bom estar lá em baixo e sentir todas as aquelas emoções mais de perto, já tinha saudades. No primeiro toiro de seis da ganadaria de Pégoras, notava-se que o toiro não estava bem, ainda assim o veterinário e o director de corrida deixaram começar a lide e como já se esperava o toiro leva dois ferros e um capotázio, cai no chão e já não conseguiu levantar-se, “tragam a corda”.
Ao fim de 15 minutos lá vem o segundo toiro também um pouco apalpado mas deu para o cavaleiro Marcos Bastinhas fazer uma lide razoável, toque para a pega e salta a escolha do nosso cabo, António Imaginário, que não é por ser meu primo mas é dos forcados duros e rijos que que têm passado no grupo, faz uma grande primeira tentativa mas a ordinarice do toiro era tanta que parou e voltou para trás, dando dois ou três derrotes e o grupo já não foi a tempo, o Zé Fialho, que estava a dar primeiras foi por um triz que não conseguiu chegar a tempo de ajudar o António, e ele acabou por sair. Na segunda tentativa o grupo já não deu hipótese e o António com uma grande ajuda do “dono da casa” Zé Fialho e do resto do grupo resolve muito bem a coisa.
Sai o terceiro toiro da noite todo apanhado, ao qual o veterinário e director da corrida já não tiveram dúvidas e mandaram recolher o toiro. O quarto toiro sai bem com outra lide razoável, desta vez do cavaleiro Luís Rouxinol e foi pegado pelos forcados da terra à segunda tentativa.
Quinto toiro lidado uma vez mais pelo cavaleiro Marcos Bastinhas, lide normal, salta para a pega o Ruben já com um olho à Camões da pega que fez na Amareleja que pelo que dizem, esteve por cima das azinheiras, e faz uma pega dura e muito bem ajudado, uma vez mais pelo dono da casa a dar primeiras e o resto do grupo muito bem também. Sexto toiro para o cavaleiro João Maria Branco, com uma boa lide e pegado mais uma vez pelo grupo da terra. Sétimo e último toiro da noite, com uma estreia de mais um soldadinho do Colégio Militar – David Inácio - que com muita calma e serenidade arrancou um grande pegão, com o toiro a vir de largo e a mil, muito bem, continua assim, pareceu-me muito espontâneo. Mais uma vez com uma grande primeira do “dono da casa” e do resto do grupo. Seguiu-se o grande jantar, devíamos estar umas 50 pessoas mas a comida devia dar ai para umas 200 pessoas e como não podia faltar muita bebida, entre estas as famosas “minis de rosca” nome dado pelas pessoas de S. Manços. Foi um jantar muito agradável com a família Fernandes em peso e o Manuel Murteira, todos discursaram dos mais novos aos mais velhos, os discursos acabaram com uma grande choradeira do “dono da casa” devido as palavras de consideração e valor que o Diogo lhe referiu e muito bem.
Foi pela noite dentro que continuamos a tentar acabar com as “minis de rosca” do “dono da casa” mas a malta foi desistindo e tudo acabou por volta das 11h da manhã. Festas? Nem as vi, com um acolhimento daqueles, ficamos todos no monte do Zé Fialho, onde nada faltou. Muito obrigado a toda a família do Zé.
Muitos parabéns ao Diogo pelo excelente e nada fácil trabalho de comandar, formar e transmitir todos os valores a este grupo de Homens.
Este é o Grupo de Santarém a caminho do Centenário!
Muito obrigado, João Canavarro Algumas fotografias: http://www.toureio.com/index.php/reportagens-fotograficas/245-as-imagens-de-sao-mancos-24-de-agosto |