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Crónica da Corrida de Setúbal

Neste Sábado 1 de Agosto o Grupo de Santarém foi a Setúbal pegar. Praça quase cheia, cartel forte com João Moura, Luís Rouxinol e Sónia Martias, toiros Vinhas com média de 500 Kg e grupo de Alcochete.

Com esta responsabilidade, acrescida do facto de ser a primeira corrida após o histórico triunfo em Lisboa, tínhamos sobre nós todos todos os olhos dos aficionados, empresários, sites taurinos, whatsups, e principalmente dos amigos (desde simpatizantes a fanáticos) pelo que naturalmente que como “em equipa que ganha não se mexe” os elementos fardados foram exactamente os mesmos, certo ? Errado. Apenas metade dos elementos fardados em Lisboa se voltaram a fardar, estando neste dia os forcados que pegaram em Lisboa na bancada a bater palmas e pedir volta à praça aos seus amigos.

Esta gestão do Diogo atrevo-me a dizer é delicada e dificílima pois como todos sabemos, não existe para o Grupo de Santarém “jogos de pré-época”, corridas para aliviar ou o sentimento que importante será a corrida que teremos em tal local ou data. O resultado desta opção foi mais que positivo pois quem se fardou estava com uma alegria genuina e altamente motivado, mas também com a responsabilidade e a calma necessária para aproveitar a oportunidade que tinha.

Os toiros revelaram-se para as pegas nada dentro das características que se vêm habitualmente. A bravura e comportamento nas lides foram distintos, mas uma coisa tinham em comum, assim que o forcado quisesse vinham com uma velocidade enorme pelo que era essencial “dosear” o impeto no carregar e ter muito cuidado em não descompor a investida. As distâncias, atenção e tempo de reação nos ajudas era também essencial. O único dos seis toiros que não teve este comportamento foi um em que o grupo de Alcochete resolveu um possível grande problema brilhantemente, pois foi um toiro muito sério que nunca se empregou e que daria sérios problemas a um forcado que não se quisesse agarrar como o Fernando Quintela fez, com umas ajudas muito sólidas.

Pelo Grupo de Santarém, abriu praça o David Inácio com brinde ao público pegando à 1ª tentativa. O Ruben Giovety também pegou à 1ª após brindar à minha mãe que recebeu o Grupo no Casalinho com o gosto que tem desde os anos 70 (desta vez com os netos Pakito e Peuzinho a terem a organização afinada). O Luís Seabra pegou à 3ª após brinde ao Dr. Passarinho que infelizmente tem hoje como “freguês” o joelho do Pedro Féria. Esta pega esteve practicamente concretizada à 2ª tentativa, mas com o toiro quase parado e com os 20 cm de cornos que tinha, conseguiu de alguma forma tirar a cara. O nosso ganadero Lourenço Vinhas tem de arranjar uns implantes para equipar os seus meninos pois toiros sem cara custam muito mais a pegar e a ajudar.

Numa temporada tão especial, têm havido felizmente muitas festas (desde camperas a engravatadas), celebrações, apresentações do livro, condecorações,... mas menos oportunidades de o Grupo ter os seus tradicionais jantares, pelo que também os discursos foram “retomados”, havendo exactamente como em praça muito sentimento mas principalmente alegria e até música ! Houve também um discurso à 2ª tentativa, mas foi muito bem concretizada... O centenário e jovem ambiente prolongou-se até já haver peixe na lota de Setúbal.

É sempre de realçar os muitos kilómetros, que se revelam mais curtos pela alegria em  ir ver corridas do Grupo, feitos por exemplo desde o Alentejo do José Carrilho partindo (já com luz do dia) para banhos em Lagos, do Nuno e Rosarinho Sepúlveda que vieram e foram para Santarém ou do Tancredo que chegou 1 hora antes de Moçambique !

Segue agora a digressão do Grupo para Tomar onde irá pegar esta 6ª feira dia 7, com a curiosidade de à meia-noite se celebrar o centenário da nossa corrida inaugural a 8 de Agosto de 1915 em Almeirim.

 

Um abraço

Filipe Sepúlveda

Veja aqui o vídeo das pegas da corrida

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