- Já repararam que hoje não está muita malta mais velha? Comentei com o Carlos (Empis) e o Nuno (Megre), companheiros de bancada – neste caso de trincheira – na corrida de mudança de cabo no 10 de Junho em Santarém. Desatámos a rir dando-nos conta que somos (quase) nós e os nossos contemporâneos essa primeira linha a que me referia. Essa constatação cronológica foi o mote para passar em revista tantos acontecimentos especiais na vida do nosso Grupo passados na praça de Santarém, em que tive sempre a sorte de participar, no activo ou na bancada. De entre esses acontecimentos, as mudanças de cabo revestem-se sempre de um significado especial e de uma carga emocional a que todos os que acompanham de perto a vida do GFAS não ficam indiferentes. Assisti à despedida de Ricardo Rhodes Sérgio e acompanhei o Grupo de todos os cabos que se lhe seguiram. Homens com personalidades muito distintas mas que, todos sem excepção, tornaram o Grupo mais rico e mais forte, marcando-o para a posteridade com o melhor de cada um. A cada cabo, o Grupo renova-se mas o ponto de partida é um reforçado património de conhecimentos técnicos, seguramente, mas principalmente de valores morais e de conduta. Só assim se pode perceber a dimensão que este Grupo alcançou e que a todos enche de orgulho. Encerrámos um período de “efemérides”. Corridas do centenário e mudança de cabo. Foram demonstrações tão fortes e completas que o racional desconfia que houve uma “mão” que ajudou à festa. Todas tiveram momentos para a história do Grupo. A condecoração do Grupo pela Presidência da República e a incrível pega do António Goes em Lisboa, a pega do Tó Gama em Santarém com 8000 pessoas a ajudar… Neste 10 de Junho da despedida do Diogo e da investidura do João Grave, para além do significado e categoria da cerimónia, também houve momentos que não vamos esquecer. O Diogo, qual forcado no ponto mais alto da carreira, pegou o primeiro toiro. Deixou os ajudas encostados às tábuas, atravessou a praça com uma serenidade incrível e depois a perfeição técnica e eficiência do costume. Não sei se o disse mas ouviu-se pela praça: - Aqui tens o Grupo João! Ao segundo, sem uma hesitação, aplicou o João a mesma receita e, numa pega que vai seguramente marcar a sua carreira, respondeu: - Podes estar descansado Diogo, cuidarei dele! Não vou esquecer a imagem destes 2 forcados bem fechados e sós no meio da imensa arena de Santarém em dia de tamanha responsabilidade. Na praça como nos bastidores, uma transição perfeita! Mas mesmo que o todo seja mesmo maior do que a soma das partes, houve ainda espaço para outras grandes pegas a que foi um gosto assistir. De caras pegaram o Luís Sepúlveda, o Pauleta, o Lourenço Ribeiro e o António Goes, todos com brilhantismo e personalidade. Uma palavra também para a forma como o Grupo ajudou, dando todas as vantagens e com grande segurança, isto com algumas caras “menos novas” à mistura. Obrigado Diogo pelo muito que acrescentaste ao longo da tua extraordinária carreira de forcado e de cabo! Boa sorte João para continuares esta incrível caminhada. Estamos todos contigo!
Joaquim Pedro Torres
|