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Há 101 anos...

8 de Agosto.

Foi precisamente neste dia que esta história começou, há precisamente 101 anos...

Corria o ano de 1915 e a jovem República vivia um clima de agitação política até então nunca antes vivida. Uma alternância instável de políticas, ideias, rumos, prioridades.

Neste ambiente social gera-se uma certa hostilidade contra os costumes antigos, e a “tourada”, na sua acepção tradicional e fidalga, não foi excepção. As empresas utilizavam toiros já corridos, e o toureio teve de se adaptar a esta realidade.

Por seu turno, os moços de forcado que existiam na altura eram quase todos profissionais, embora vivessem quase sempre com dificuldades:

Vivem disto. São homens pobres. A pequena quantia recebida é dividida por todo o Grupo, ficando o cabo com o quinhão maior. O que ganham não dá nem para um bilhete de comboio em terceira classe. É frequente vê-los a vender a lotaria nacional à porta das praças…. e a fazerem colectas nos intervalos das corridas utilizando um capote de toureio para recolher as moedas que o público lhes atira. Quando há gente importante na barreira, já se sabe a quem é brindada a pega! Voa o barrete e o brinde na esperança de que volte recheado de cobres.” (in “Grupo de Forcados Amadores de Santarém – Os Primeiros 100 Anos”, de Maria João Lopo de Carvalho)

E foi neste contexto que o Grupo de Forcados Amadores de Santarém deu os seus primeiros passos.

Com António Gomes de Abreu, um jovem de apenas 17 anos, nasceu um novo modelo que romperia com o profissionalismo vigente e chegaria à Festa dos nossos dias. Para este Grupo, a pega é um gesto que não tem preço, é um grito de verdade, de entrega...

Inspirado nestes valores, António Abreu leva para a antiga praça de Almeirim os primeiros: Diogo do Rego, João da Costa, Manuel Esteves, Joaquim de Aguiar, Miguel Calado, João Figueiredo, Fernando de Vasconcellos, José Maria Antunes, José Maria Pedroso e Casimiro Igrejas.

Um a um, mais de quinhentos homens lhes seguiram as pisadas.

Enquanto muitos grupos de forcados amadores começam e terminam pelo caminho, o Grupo de António Abreu, o Grupo de todos nós, o Grupo de Santarém, comemora hoje – dia 08.08.2016 - 101 anos de existência sem qualquer interrupção!

Num mundo diferente, perante novos desafios, o Grupo actual sente-se honrado por tentar preservar a mesma matriz dos seus fundadores.

Parabéns Grupo de Santarém!

 

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