Seabra vamos à Póvoa? As digressões do GFAS já me andavam a fazer falta. Coincidência feliz, a meio de um dia de semana qualquer em Julho recebo uma chamada do Gerente…”Seabra vamos à Póvoa?”, Não vi cartel, não vi que toiros eram (nunca me interessou muito), nem a que dia da semana calhava a corrida, mas fiquei logo nervoso. Passado 1 ou 2 dias, janto com o Bernardo Mira que já não via há uns anos, e das primeiras coisas que ele me diz…”Seabra vamos á Póvoa?”. Decidi arrancar para a Póvoa de Varzim, bem acompanhado pelo Nuno Vacas, pelo Gerente, pelo Bernardo Mira e pelo Peuzinho. Gostei muito de ver o Grupo, toiros Ascenção Vaz a pesar uma média superior a 500 Kg, uns menos outros mais, corrida de oportunidades. Muitos forcados ausentes, muitos forcados importantes na bancada, muita rapaziada nova fardada, bem misturada com alguns forcados mais velhos, o mais velho de todos o Féria, numa forma física que acho que nunca antes lhe vi. O Féria só a respirar ensina a ser forcado do GFAS. Pegou o 1º toiro o meu primo Luis Seabra á segunda tentativa, com uma primeira reunião difícil, o toiro a entrar com a cara alta, e uma segunda tentativa com garra, com o toiro a fazer parecido. O Ruben Gioveti e o Fernando Montoya pegaram os nossos 2º e 3º toiros, ambos á 1ª tentativa. O nosso 2º toiro era o mais sério, mas o Gioveti nunca deixou de acreditar que lá ia ficar. O Fernando Montoya também esteve muito bem, e os ajudas estiveram irrepreensíveis, com destaque para duas muito boas primeiras ajudas do Luis Graciosa e do Pedro Ferreira. Também gostei de ver o Aposento da Chamusca, principalmente os forcados de cara e o cabo deles a ajudar. Calharam-lhes em sorte toiros mais complicados que os nossos, e eles resolveram bem. Se ainda me lembro, á 1ª, á 2ª e á 3º tentativa. Mas do que mais me apetece contar-vos, e o que me fez matar mais saudades do Grupo, foi a digressão, os quilómetros percorridos, e a barriga cheia de riso, e de sono atrasado que trouxemos da “Póvoa”. Bem sabemos como a distância e a dificuldade galvanizam a malta, e reforçam a moral dos forcados. Começando pelos quilómetros percorridos, foram mais do que o previsto, desde Santarém a Almeirim para almoçar no restaurante do Albergaria, com o Gerente e o Nuno Vacas, pelo meio convencendo o Vaquinhas “à meia volta” para se juntar á digressão, passando pela Ribeira de Santarém para apanhar o Peu no Comboio e voltar a Almeirim para acabar o almoço, dai para a Figueira da Foz para apanhar o Bernardo Mira, com o GPS avariado a mandar-nos pelo caminho mais longo, e da Figueira finalmente para a Póvoa. Chegados á Póvoa, já lá estavam dois veteranos “corredores de digressões”, velhas glórias do GFAS, a incansável dupla João Afra Rosa e Guilherme Oliveira, mais conhecia pela sua designação comercial, “Balé e Galhé”. Quanto á moral, o GFAS trouxe-a em grandes quantidades á Póvoa. O jantar esteve ao rubro com os cânticos da canalha, com belos discursos, vários convidados e convidadas angariados pelo Pauleta (até um forcado juvenil da tertúlia tauromáquica terceirense lá apareceu não sei bem como), e a destacar por fim as certeiras e curtas intervenções filosóficas do Balé ao longo do jantar. Quem esteve no jantar levou na memória várias frases fortes para campanhas de marketing, campanhas de angariação de fundos, t-shirts, ou apenas lições para o dia-a-dia das mais diversas. Destaque para uma em particular dirigida a um convidado presente, que fazia barulho durante os discursos, levanta-se o Balé e diz lhe, “o meu amigo não era para vir, mas está cá!”, sem precisar de concluir com algo mais obvio como um “comporte-se!”, ou algo parecido, tal a eloquência do aviso, que surtiu pleno efeito. Acabámos ao pequeno-almoço como começámos o jantar, a cantar, já com alguns pescadores poveiros no “coro”. No dia seguinte, á vinda da Póvoa, mais do mesmo em quilometragem, Balé e Galhé ainda passaram por Vigo para fechar um negócio, Bernardo Mira entregue na Figueira, Peu entregue em Tomar. Durante toda a viagem até Santarém o Vaquinhas bebia água a servir impecavelmente da garrafa para um copo de aguardente CRF que encontrou no Hotel, eu, o Peu e o Gerente percorríamos saudosos êxitos dos Irmãos Catita na telefonia. Resta-me dar os parabéns ao Cabo João pela belíssima corrida que o Grupo fez, e agradecer-lhe a bela digressão que nos proporcionou, tudo impecavelmente organizado, com grande ambiente entre a rapaziada mais nova, a fazerem os “veteranos” sentirem-se com 20 anos outra vez, muito bem recebidos. O Grupo vem de muito boas mãos, e continua em muito boas mãos, muito bem entregue ao atual Cabo, e aos atuais forcados. Um abraço para todos. Pedro Seabra |