15 de Agosto Li há alguns dias atrás que o dia 15 de Agosto é "o dia mais taurino do mundo". De facto, devido à importância deste feriado religioso em que se celebra a Assunção de Nossa Senhora aos Céus, um pouco por todo o lado se realizam os mais diversos tipos de festejos populares, e claro está, também um grande número de espetáculos tauromáquicos em todos os países onde a tauromaquia está enraizada. Na península ibérica , desde Madrid e Sevilha, (onde por exemplo, neste dia, tirou a sua alternativa o nosso amigo e companheiro de tantas tardes, Ricardo Chibanga), aos mais diversos pueblos, tradicionalmente se realizam várias corridas de toiros, sendo que por cá a de maior tradição, (pelo menos para nós) é sem duvida a corrida das Caldas da Rainha. Foi com muito gosto, que aceitei o simpático convite do nosso Cabo João Grave, para acompanhar o grupo, na trincheira, nesta corrida, o que mais tarde me fez pensar anda mais no significado deste dia. Penso que não deve haver nenhuma geração de forcados do grupo, que de algum modo não tenha alguma recordação do 15 de Agosto, seja nesta praça, ou em qualquer outra, e eu não sou excepção, já que durante a lide do primeiro toiro, o Tó Gama me lembrou, que fazia nesse dia 30 anos que nos tinhamos fardado pela primeira vez, na Aldeia da Ponte, e estar ali a viver exactamente o mesmo ambiente, foi de facto muito especial. É de facto, este ambiente que se vive dentro do grupo, que gostaria de destacar, numa época de renovação, a primeira de um novo cabo, é gratificante ver que tudo está igual, com a preocupação de preservar os mesmos valores de sempre, assim como o cuidado com pequenos, mas importantes pormenores, que sempre fizeram do Grupo de Santarém, um exemplo e uma referência para tanta gente. Sobre as pegas da corrida, em vez de aprofundar a parte técnica, o que já foi feito, e bem pelo João, gostava de destacar, que tal como tantas vezes aconteceu neste dia, pegaram forcados consagrados, assim como jovens (grandes) promessas, tendo desta vez calhado a "fava", ao mais consagrado dos quatro. O Luis Sepulveda, com a galhardia a que nos habituou, aguentou os derrotes do primeiro toiro, que na primeira tentativa lhe partiu uma clavícula, sem que isso o tenha impedido de valentemente, o pegar à quarta (também, na primeira tentativa, se tinha magoado o Duarte Mendes, que apesar da fractura da mão, lá continuou até ao fim no seu lugar de primeiro ajuda). O segundo, foi pegado rijamente à primeira, pelo Rúben Giovety, também da forma a que nos vem habituando, dando boas indicações para os futuros desafios que se aproximam, de notar que nesta pega, fez questão o cabo, de manter outra tradição do grupo neste dia, que sempre comemorou nesta praça neste dia o aniversário do nosso cabo José M. Souto Barreiros, embrado aqui num simpático brinde. O terceiro pegou à primeira, o Francisco Graciosa, a primeira das promessas da tarde, que veio mostrar que está no caminho certo para passar a ser uma certeza, se tal como todos nós acreditamos, continuar a evoluir como até aqui. O último foi pegado, também de forma exemplar, à primeira, pela outra promessa, o Antonio Lopo de Carvalho, que ainda não tinha visto pegar, surpreendendo-me principalmente por parecer ter muito mais experiência, tal foi a limpeza com que "tratou do assunto", contando com a ajuda do primo, Lopo José, que tal como o Luis Graciosa no toiro anterior mostraram que com a família não se brinca. Todo o grupo está de parabéns pela actuação que tiveram, nesta corrida das Caldas, aproveitando para desejar as rápidas melhoras dos lesionados e as melhores felicidades para as corridas que se aproximam. Não posso deixar de referir, a afluência de público, que com o ambiente próprio de uma praça cheia, deram uma lição à meia dúzia de anti taurinos, que até nas Caldas, já aparecem, servindo de sinal de força, para a festa de que todos gostamos, e de que infelizmente alguns nos querem privar. Quero agradecer ao João Grave e a todo o grupo, uma vez mais, o fantástico dia que me proporcionaram, com tantas e tão boas ecordações,( que terminou só na madrugada seguinte), e dizer que podem sempre contar comigo, em tudo o que possa ajudar. Pelo Grupo de Santarém, venha vinho. Um abraço para todos, do vosso amigo. António Vicente de Almeida |