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Crónica da corrida do Campo Pequeno

Incumbido desta difícil tarefa, quero em primeiro lugar agradecer ao João Grave a amabilidade do convite para acompanhar o grupo nesta 5ª feira no Campo Pequeno.

Uma corrida com 6 toiros Murteira Grave pesados, extraordinariamente bem apresentados, bastante bravos e principalmente muito sérios, com trapio e muito sentido, contribuindo decisivamente para um espectáculo com verdade.

Lidaram os cavaleiros António Ribeiro Telles, Luís Rouxinol e Marcos Bastinhas, todos com excelentes lides com os toiros a exigirem muito deles, obrigado-os a aplicarem-se à séria, destacando-se a primeira de António Ribeiro Telles, a 1ª de Luís Rouxinol (prémio para a melhor lide) e bem também o Marcos Bastinhas com duas boas lides e a mostrar muita vontade.

Quanto à atuação do Grupo, não correu obviamente como desejávamos, mas na minha opinião são estas corridas que amadurecem e contribuem para o crescimento e espírito de união.

No âmbito geral penso que se notou alguma tensão face à seriedade dos toiros e apesar de não se ter estado perfeito à frente deles, tiveram uma atuação com muita dignidade e que nos encheu de orgulho. Simplesmente os toiros além de sérios tinham muito poder, principalmente o primeiro, e quando assim é nada pode falhar. É com toiros assim que o chamado “mandar” faz sentido,  porque estes não perdoam.

Para o primeiro Grave com 640Kg, toiro muito sério, com muito poder, que parecia estar inteiro e pronto para receber mais outra lide, foi o Lourenço Ribeiro que concretizou à 3ª tentativa. Na 1ª penso que o Lourenço tal como a maioria de todos o que assistiram à lide, achou que o toiro acudia assim que batesse o pé mas acabou por carregar talvez um pouco cedo e o tal “mandar" acabou por não acontecer, ficando já em terrenos bem mais complicados com o toiro a arrancar quando e como quis e que apesar de com uma investida franca, foi dura e com muito poder. A segunda tentativa foi quase igual, parece-me que voltou a faltar mostrar-se um pouco mais, encurtar terreno, falar bastante ao toiro e bater o pé para de facto mandar. O toiro arrancou após um aviso não solicitado, franco e com codícia com o Lourenço a aguentar a dura reunião mas o Quintela a não chegar a tempo. Aproveito para chamar a atenção para os avisos que são dados pelos bandarilheiros sem que lhos sejam solicitados. Eles são muito úteis mas apenas como recurso e quando solicitados pelo forcado da cara ou outro elemento do grupo. Acabou por resolver muito bem à terceira em terrenos mais curtos com o todo o grupo a ajudar com uma excelente coesão com destaque para o Quintela e o Almeida e também o Ricardo Tavares a entrar com prontidão e a desequilibrar o toiro.

Para o nosso 2º toiro foi o António Goes. Um toiro bastante bravo pronto na investida, mas tal como o outro sério e com poder. O António deu bem distância ao toiro e citou devagar mas talvez tenha também tido presa de carregar com o toiro a arrancar já só em distâncias demasiado curtas e onde tudo se torna bem mais complicado, o António não conseguiu sacar-se e a reunião foi dura e com um primeiro derrote violento sem que se conseguisse fechar. Acabou por ter a infelicidade de lhe saltar o ombro. Viveram-se seguidamente dois momentos marcantes, primeiro com o António a achar que ninguém tinha reparado que estava com o ombro fora do sítio e a querer estoicamente ir pegar o toiro. E depois o João Grave a demonstrar toda sua discreta classe, retirando com autoridade o António Goes que visivelmente não estava em condições de ir ao toiro. Digam lá que não se cresce como forcados e como seres humanos quando se vivem de perto estas atitudes. Obrigado João e António.

A dobrar foi o Ruben Giovety, que esteve muitíssimo bem em frente ao toiro, com calma, correcto nas distâncias, no mandar, aguentou, recuou e fechou-se para ficar, com o grupo a ajudar bem.

Para o 5º toiro foi o cabo João Grave. Um toiro que durante a lide teve umas investidas alegres e de rompante, mas não muito claro e que me pareceu um “falso” distraido. Para a pega acabou por se revelar violento e muito dificil, ingrato para o João que não conseguiu tirar dele as tais investidas alegres e rompantes que demonstrou na lide. O João tentou sempre mandar no toiro mas nunca conseguiu enquadrar-se, sendo depois já em curto a investida dura, violenta e com o toiro a querer despachar e fugir. De tentativa para tentativa e com os capotaços na colocação, o toiro foi sempre piorando, deixando de humilhar para procurar. Acabaram por resolver bem à 4ª tentativa.

Pegou também o Grupo do Aposento da Moita com uma excelente atuação com 1 toiro à segunda e dois à primeira.

Obrigado a todos mais uma vez pela companhia e pela entrega. É sempre uma honra estar ao vosso lado e constatar que nada mudou na forma de defender os valores do nosso Grupo. Foi óptimo também ver tanta malta antiga do grupo a dar o seu apoio incondicional!

Pelo Grupo de Santarém Venha Vinho, Venha Vinho, Venha Vinho!

Sorte para o resto da temporada, um grande abraço.

Manuel Murteira

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