Os campos estavam agradecidos pelos dois últimos dias, a água que tardara resolveu começar a cair. A manhã prometia ferra “pesada”, com muita água e lama. O velho curral, depois de um ano à espera, voltava a ser palco de mais uma ferra. Este ano com a particularidade de se reunirem mais amigos. Aos de sempre, do Grupo de Moura, juntaram-se os nossos amigos do Grupo de Santarém. Sinal dos tempos, este ano até o aquecimento foi diferente, uma pequena aula de ginástica ministrada pelo António Imaginário (o que, convenhamos, é sempre muito mais saudável do que os aquecimentos de outros tempos…) pôs a rapaziada “no ponto”. Como sempre, com o odor no ar do pelo queimado, com os antigos a assistir e a incentivar, com as tarefas partilhadas e a doçura das alentejanas a ajudar, tudo correu num ai. “Trabalho” terminado, urgia “outro”, também muito agradável: o almoço, que acabaria por terminar já noite dentro. Para manter a tradição cá da casa, o cante alentejano voltou a marcar presença, como também não faltou o “Fado das Cabeças Partidas”. Foi um dia de campo bonito, foi agradável e gostámos muito de os receber a todos. Que esta ferra seja o início de muitas outras que certamente virão, e que os de Moura e os de Santarém, tão distintos e ao mesmo tempo tão parecidos no saber ser e no saber estar, se tornem a encontrar muitas mais vezes para darem largas à sua afición e dignificarem o forcado amador. Voltem sempre. Pelo Grupo de Moura, “ Tantarantam olé” Pelo Grupo de Santarém, “ Venha Vinho” João Carlos Barros |