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GFAS em Vila Franca

Antes de mais começo por pedir desculpa pela demora na chegada desta crónica que o nosso cabo João me pediu que escrevesse na sequência da presença do nosso Grupo em Vila Franca.

No passado dia 21 de Outubro o GFAS foi a Vila Franca pegar um Festival de homenagem a um grande aficionado, ganadeiro, coudeleiro, toureiro amador e amigo do Grupo de Santarém, o meu primo José Pereira Palha, a quem eu sempre tratei por “tio Zé Palha”.

O motivo não era assim de especial alegria pois o tio Zé Palha deixou-nos de forma repentina e ainda bastante novo, no entanto o Festival em sua homenagem foi muito alegre, com o sol a fazer-se presente durante toda a tarde na castiça e aficionada praça de Vila Franca, que leva o nome do nosso comum trisavô “Palha Blanco”.

Estou certo que o tio Zé Palha há-de ter gostado muito do que viu, lá da barreira do Céu, onde ao seu lado certamente se sentou o seu grande amigo Luís Sepúlveda, antigo forcado do nosso grupo e pai de 3 antigos elementos (o Nuno, o Vasco e o Luís).

Cá em baixo foram também muitos dos seus maiores amigos que quiseram estar presentes, muitos deles também antigos forcados do nosso Grupo. Logo pelas 10h00 encontrei na bilheteira alguns deles (o Carlos Empis, o Peu Torres “pai” e o Manuel Paim) entusiasmados com a homenagem ao seu amigo.

O cartel foi feito à medida: o João Moura (o tio Zé Palha era “Mourista”), o António Telles (seu primo), o Diego Ventura (com quem tinha grande proximidade e era visita regular de Santo Isidro), o Filipe Gonçalves (de quem era grande amigo), o Duarte Pinto (filho do Emidio Pinto, outro dos maiores amigos do tio Zé) e o Francisco Palha (também seu primo, amigo e vizinho). Para as pegas, o Grupo de Santarém (o Grupo dos seus amigos) e o Grupo de Vila Franca (o Grupo da sua terra e onde pegou o seu filho Zezinho, um dos meus melhores amigos).

A predisposição com que todos estiveram em praça viu-se, logo desde o inicio, nos longos e sentidos brindes que todos os intervenientes fizeram à Tia Carmo, ao Zezinho e à Mariana.

O que se passou dentro de Praça foi na maioria dos casos muito agradável, desde logo pelo belo curro da ganadaria Prudêncio que foi lidado (excelentemente apresentados para um Festival e de muito apreciável comportamento, mesmo o segundo e o sexto que foram mais complicados para os toureiros mas que foram muito interessantes para o público).

A melhor lide foi do Diego Ventura, com um manancial de recursos inesgotável (embora as batidas ao piton contrário sejam para mim uma forma de fazer batota), e o melhor ferro foi do Francisco Palha, por sinal o último da tarde, para fechar em beleza.

As pegas do Grupo de Vila Franca foram uma limpeza, tendo atuado um conjunto de 3 caras bastante jovens, dois deles filhos de antigos elementos do grupo vila-franquense com quem eu peguei, o que significa que estou a ficar velho!

Já em relação às nossas pegas gostava de começar por dizer que vivemos um ano atípico pelo limitado número de corridas que realizámos (serão 13 ou 14 ao todo). Este número de corridas é demasiado reduzido para termos o nosso Grupo rodado e confiante. Ainda por cima o Grupo apenas é chamado a corridas de responsabilidade, seja pelos locais onde vai, seja pelos grupos com quem pega, não havendo aquelas corridas onde é permitido um maior relaxe, onde os mais novos podem começar e os mais “aflitos” podem ganhar confiança. Assim sendo, não obstante o sentido de responsabilidade que qualquer forcado que veste a jaqueta do GFAS deve ter, é natural que as coisas possam correr pior que o desejado. Todos os já retirados, em especial aqueles que pela sua posição ou estatuto têm poder para influenciar alguma coisa, não se podem colocar de parte da responsabilidade de ajudar o nosso Grupo a ter mais corridas pois isso é condição essencial para podermos ser melhores.

Nesta tarde em Vila Franca pegou o primeiro o David Inácio (Grimi) à terceira, depois de não ter conseguido aguentar devidamente a investida na primeira e de do toiro ter dificultado a reunião na segunda. Atento e efetivo esteve o Manuel Lopo de Carvalho a dar primeiras na terceira tentativa.

Pegou o terceiro, à primeira, o Fernando Montoya, numa pega da qual gostei muito. Mandou quando entendeu, aguentou, recuou e reuniu para lá ficar. Uma bela pega para alguém que só pegou 2 toiros esta temporada.

Fechou o António Taurino, também à primeira, num toiro que era “de menos” para as condições e a forma do Taurino, que assim fez as coisas parecerem muito fáceis. Percebeu-se a aposta do cabo João, para fechar a nossa atuação em beleza.

O Grupo ajudou bem, sem dificuldades.

Fardou-se pela primeira vez o Saramago.

Uma última palavra para dizer da alegria que foi ter recebido o Grupo em casa dos meus pais para a fardamenta. Ao longo destes 102 anos de vida todos os elementos do nosso Grupo dizem ter recebido mais do que deram, mas talvez eu seja um daqueles a quem o Grupo mais deu. A minha gratidão é por isso eterna.

Pelo Grupo de Santarém, e neste dia também pelo tio Zé Palha, venha vinho!

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