São Manços tem um encanto especial Quando partimos, ficamos com o desejo de voltar… É uma data que se tornou especial, e este ano não fugiu à regra, antes pelo contrário. Foi um reviver de emoções do princípio ao fim da noite (dia para alguns…). Começamos pelo início desta noite, a corrida de toiros. Uma praça cheia e um ambiente fantástico, estavam reunidos todos os ingredientes para uma grande noite de toiros. Para lidar um curro de 6 toiros de São Marcos, que saíram com pesos a rondar os 500kg mas rematados, no geral com pouca cara (principalmente o primeiro), estavam em praça Luís Rouxinol, Vítor Ribeiro e António Prates. A destacar o jovem cavaleiro António Prates, que esteve em grande plano, principalmente no seu primeiro toiro, a chegar facilmente às bancadas e a transmitir muita calma, conhecimento e ao mesmo tempo emoção. Já no passado dia 29 de Junho, corrida de São Pedro em Évora, tinha surpreendido pela positiva, numa corrida de grande compromisso. Viria nesta noite (em S. Manços), a conquistar o prémio para a melhor lide. Em relação ao nosso grupo, e frente a este curro que saiu no geral a andar e a transmitir muita emoção às bancadas, viram-se rijas e emotivas pegas. Começamos pelo primeiro da noite, que como não poderia deixar de ser por “estas bandas”, foi pegado e bem pelo nosso “jovem” da terra José Fialho, o nosso anfitrião… O mê Zéi (como é mais conhecido por todos nós), começou a “faena” com um brinde muito bonito e simbólico, ao seu Avô (Sr. Armindo Branco), e ao seu pai (o nosso grande Rogério Fialho). O primeiro, ao qual não temos palavras para agradecer todos os bons momentos que nos tem proporcionado ao longo de muitos anos na sua terra, abrindo-nos sempre as portas de sua casa e recebendo-nos como só a sua família o sabe fazer… O segundo, o nosso “Roger”, que foi um exemplo de entrega e raça ao nosso grupo inigualáveis, sempre disposto a “tudo e a todos”… Em relação à pega, o Zé transmitiu-nos uma confiança enorme ao saltar para a praça, com uma segurança e um à vontade própria dos grandes forcados. Calmo no cite, a carregar na altura certa e a bater o pé como “mandam as regras”, a aguentar e recuar o suficiente e a reunir da melhor forma, fechando-se de braços e pernas, bem acoplado na cara do toiro. O toiro arrancou com pata, a viagem foi dura e cá atrás derrotou, e fugiu um pouco ao grupo. O Zé acabou por sair num derrote para baixo. Grande tentativa, das que nos fazem vibrar... A destacar a primeira ajuda do Zé Miguel Carrilho, que fez o que tinha a fazer, deu o “cabedal”, ajudou de frente, foi atropelado, e acabou por ficar “atordoado”. Pena foi que não se tenha evitado, e o toiro acabou por colhê-lo quando ainda estava no chão acabando por sair inanimado. Acabou por passar a noite no “distrital” de Évora e não assistir à melhor parte (durante o jantar), mas tenho a certeza que saiu no outro dia muito orgulhoso e com o sentido de dever cumprido. Nesta primeira tentativa faltou uma mãozinha lá atrás, o toiro não vinha fácil, mas o Zé teve o toiro praticamente pegado. Quanto a mim, podia-se ter evitado “desperdiçar” uma tentativa destas. Na 2ª tentativa o Zé Fialho fez tudo bem novamente, e a pega resultou mais uma vez vistosa e desta vez, com o grupo a ajudar em coesão. Para pegar o nosso 2º toiro, o nosso cabo escolheu o Hugo Santana. Na 1ª tentativa pareceu-me que não reuniu bem com o toiro, e acabou por sair sem dar hipótese aos ajudas. Na 2ª tentativa pareceu-me que o Hugo reuniu melhor, mas o toiro após a reunião fez viagem de cara em baixa e acabou por tira-lo. Pena foi que o Hugo se tenha magoado, partiu o pulso e ficou desmaiado. O Hugo é um exemplo de entrega e dedicação ao nosso grupo, é dos elementos que só falha a um evento, quando lhe é (mesmo) impossível… As coisas não lhe têm corrido da melhor forma, mas é preciso não desanimar, com a entrega e o gosto que tem, tenho a certeza que esta fase se irá superar. O toiro acabou por ser pegado pelo Francisco Graciosa, que pegou no barrete e resolveu rápida e eficazmente a situação, como é pedido nestas situações, com o grupo a ajudar bem. O nosso 3º toiro, foi pegado, sem dificuldades de maior, pelo António Goes, o nosso “Gaitan”. Era um toiro tardo na investida, mas que proporcionou uma viagem vistosa, bem ajudado, com uma 1ª ajuda eficaz do Duarte Mendes. Em relação ao Grupo de São Manços, que acabou por ganhar o troféu para o melhor Grupo em Praça, pegou 2 toiros à primeira tentativa e um toiro à 3ª tentativa. Estiveram em geral bem, com a última pega vistosa, a cargo do seu cabo João Fortunato. Depois seguiu-se o ponto alto da noite, o jantar no monte do nosso anfitrião, mais uma vez recebidos de uma forma magnífica, sem palavras para descrever a forma como somos e sempre fomos recebidos por esta família. O jantar foi muito animado, com muita “malta mais velha” presente, que nos faz reviver e recordar momentos inesquecíveis que todos passámos por este grupo. Ambiente fantástico, com algumas cantorias e discursos, dos quais posso destacar dois (sem desfazer de todos os outros), o do nosso antigo cabo Carlos Grave, com palavras que nos tocaram a todos, e nos fazem pensar a diferença e a forma de ser do nosso Grupo, e a maneira como temos que andar na festa…. E a surpresa final, com um discurso carregado de emoção do Zé Fialho, que acabou nem mais nem menos com o pedido de casamento à sua namorada Sara… Foi um momento bonito e que fez proporcionar um desfecho de noite à “antiga portuguesa”… São estes jantares e estes ambientes, com elementos mais antigos, que nos fazem viver emoções, e como diz o nosso grande amigo e antigo Cabo Pedro Graciosa (que também esteve presente), nos tornam ainda mais amigos! Porque tudo isto só faz sentido pela amizade que temos uns pelos outros. Os momentos que a Festa dos Toiros atravessa, está longe de ser o que já foi vivido noutras alturas, em que o prestígio e o mérito eram reconhecidos, por isso é bom que se proporcionem estes momentos em que estamos juntos e que os mesmos, sejam assim vividos tão intensamente… Depois da jantarada e como de costume, os mais “resistentes” seguiram para as festas de São Manços, onde se viveram momentos de “apoteose” até altas horas da madrugada… Obrigado ao Zé Fialho e a toda a sua Família, e obrigado cabo João pela noite que nos proporcionaram. E Parabéns aos Noivos! Por todos vocês e pelo nosso Grupo: Venha Vinho! Venha Vinho! Venha Vinho! Grande Abraço a todos, Rui Cabral |